quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Planeta Mar !


Por Daniel de Granville

Nosso planeta chama-se "Terra", mas toda a vida que existe nele depende essencialmente dos ambientes oceânicos, mais do que da terra firme. Os oceanos suprem grande parte das necessidades humanas no que se refere à alimentação e outros recursos naturais dos quais dependemos. Alimentos originados dos mares, por exemplo, são a principal fonte de proteínas para aproximadamente metade da população – o que significa 3 bilhões de pessoas.
Por serem ambientes tão vastos (os oceanos ocupam cerca de 71% da superfície da Terra), durante muito tempo manteve-se a ideia de que seus recursos são infinitos, que jamais se esgotarão, não importa quanto ou como os exploramos. O desconhecimento com relação às coisas que vivem nos oceanos e que nós não temos contato também dificulta a conscientização sobre a importância de se proteger este patrimônio. Assim, enquanto as notícias sobre devastação da natureza e extinção de espécies ficam focadas nas florestas e outros ambientes terrestres, às vezes os mares e oceanos recebem menos destaque. Felizmente, projetos realizados no Brasil, como os detalhados a seguir, vêm revertendo este quadro, ao pesquisar tais ambientes e buscar alternativas mais sustentáveis de usar o que eles nos fornecem.
O primeiro exemplo vem de Trairi, no Ceará, onde o projeto "Algas: Cultivando Sustentabilidade" mudou a maneira como as populações locais utilizavam as algas marinhas. Tradicionalmente, a exploração era feita de maneira puramente extrativista, onde a comunidade coletava algas diretamente nos bancos naturais, sem preocupação com a manutenção dos estoques. Trabalhos de educação e conscientização ambiental, aliados à qualificação profissional junto a pescadores e coletores, transformou a situação. Hoje, a população entende e incentiva a prática sustentável de se manejar as algas e não simplesmente extraí-las da natureza. Em outra frente de atuação, os envolvidos com o Projeto foram capacitados a desenvolver novos produtos feitos a partir de algas, como cosméticos, artesanatos e alimentos, o que agrega valor ao beneficiar o material na própria comunidade. "Antigamente nós vendíamos cada quilo de algas a cinquenta centavos. Hoje o quilo vale de sete Reais, no caso da alga pura, até trinta Reais, quando ela é preparada como alimento", diz Regina Dias, a "Bina", uma das mais conhecidas e atuantes cultivadoras de algas da região. E complementa: "Mas não é apenas a questão econômica que melhorou. Quando colhíamos as algas da natureza, sem repor os estoques, percebemos que os animais que se alimentavam delas, como peixes e lagostins, estavam desaparecendo. O nosso cultivo trouxe-os volta, pois já encontramos novamente vários peixes que tinham acabado".
Focado na pesquisa científica e na educação ambiental, outro projeto atua em cinco Estados brasileiros visando a conservação de um dos peixes mais ameaçados de nossa fauna. É o Projeto Meros do Brasil, dedicado a esta espécie que aparece na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) – o mais conceituado inventário do estado de conservação das espécies vivas do planeta – como "criticamente ameaçado". Das seis categorias que definem o grau de ameaça ao qual uma espécie está sujeita, esta é a mais alta antes da extinção. Trabalhando com pescadores e comunidades litorâneas em Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco, a chamada Rede Meros atua ao longo da costa e não se restringe a uma única espécie. Paulo Beckenkamp, Gerente Executivo do Projeto, explica: "O mero é considerado uma espécie-bandeira pois, junto com sua conservação, leva-se a um conjunto de outras ações que possibilita a conservação de vários ambientes associados, como os manguezais, os costões rochosos, ambientes marinhos e estuarinos dos quais este peixe depende para completar seu ciclo de vida". O objetivo não é proibir definitivamente a pesca do mero, mas garantir condições para uma exploração sustentável que ao mesmo tempo favoreça o homem e garante a sobrevivência da espécie.
Exploração racional dos recursos marinhos pode ser a frase que resume o trabalho destes e de outros importantes projetos, cujo objetivo é proteger a natureza sem esquecer do componente humano que interage e depende dela. Só assim podemos pensar em um futuro promissor para a vida no que alguns apelidaram de "Planeta Azul".




Bom pessoal depois desse texto é bom parar e pensar no que realmente estamos fazendo e ver como podemos ajudar mesmo de longe !

Fonte: Canal azul

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