sábado, 28 de novembro de 2009

Presidente do Irã é recebido com protestos no Brasil 23/11/2009

Mahmoud Ahmadinejad chegou a Brasília na manhã desta segunda-feira e foi direto para o hotel. De lá, no fim da manhã, seguiu para o Itamaraty, para se encontrar com o presidente Lula.

              Os presidentes se reuniram hoje em Brasília para falar sobre os interesses em comum. Lula e Ahmadinejad têm interesse em aumentar o comércio e os investimentos de parte a parte. Eles devem assinar acordos na área de agricultura, biotecnologia, energia...

              O presidente Lula pretende reafirmar que reconhece o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear, mas para fins pacíficos. Ahmadinejad, que prega a destruição de Israel, deve ouvir também que o Brasil defende o estado de Israel seguro e soberano. E o estado palestino independente.
              A visita do presidente do Irã gerou protestos.
             Ahmadinejad veio acompanhado de uma comitiva de empresários e políticos, quase 300 pessoas. Na Esplanada dos Ministérios, eles foram recebidos por manifestantes. Um grupo a favor do político e o outro contrário à política e às idéias do presidente iraniano.
              A onda de protestos começou no fim de semana. No Rio de Janeiro, um avião sobrevoou a orla com uma faixa que pedia a Ahmadinejad que respeitasse os direitos humanos e não viesse ao país. Em Ipanema, uma passeata reuniu representantes de várias entidades: negros, homossexuais, muçulmanos e judeus.
              “Sou sobrevivente do holocausto, usei essa estrela cinco anos e meio e este sujeito diz que não houve holocausto. Onde estão meus parentes todos, sou o único sobrevivente de uma família de 60 pessoas Quantos parentes ele tem, eu não tenho ninguém. Onde estão?”, diz Aleksander Henryk Laks, presidente da Associação de Sobreviventes do Holocausto.
              “Qualquer pessoa que simbolize o autoritarismo e o fascismo e que nega a liberdade de outros grupos sociais, a liberdade religiosa, merece o nosso repúdio”, diz Ivanir dos Santos, comissão de combate à intolerância religiosa.
                No fim do protesto, os manifestantes abriram uma gaiola com balões que simbolizavam a liberdade religiosa, a liberdade sexual e os direitos humanos...
                O repórter Willian Waack gravou uma entrevista exclusiva com o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
                No depoimento, exibido pelo Jornal da Globo, o presidente do Irã voltou a falar sobre o holocausto. A execução em massa de seis milhões de judeus e também de ciganos e homossexuais pelos nazistas durante a segunda guerra mundial.
               Veja um trecho da entrevista sobre esse assunto:
                “A questão que apresentamos é muito clara. Eu fiz dois questionamentos, fiz duas perguntas claras. A primeira questão era: se o holocausto aconteceu, onde aconteceu? Claramente, aconteceu na Europa. Todo mundo sabe disso. Se aconteceu, aconteceu na Europa. A segunda pergunta: o que isso tem a ver com o povo palestino: por que o povo deveria pagar por isso? Por que deveriam dar a terra dos palestinos por causa de crimes cometidos na Europa?”.
                Na entrevista, o repórter William Waack comentou com o presidente do Irã que as declarações dele sobre homossexualismo também provocaram protestos no Brasil.
                "Eu não espero que todas as pessoas do mundo concordem com minhas opiniões. As pessoas tem visões diferentes, mas pensamos que homossexualidade é contra a natureza. Penso que se a homossexualidade se expandir a humanidade vai deixar de existir. É o caminho errado, é perverso. Todas as profecias divinas condenam esse caminho. Isso vai causar uma série de doenças físicas e sociais".

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