sábado, 31 de outubro de 2009

Amazônia pode 'morrer' em 50 anos, diz estudo

           A floresta amazônica poderia "morrer" em 50 anos por causa de mudanças climáticas provocadas pelo homem, sugere um estudo internacional publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.
            Segundo o estudo, muitos dos sistemas climáticos do mundo poderão passar por uma série de mudanças repentinas neste século, por causa de ações provocadas pela atividade humana.
            Os pesquisadores argumentam que a sociedade não se deve deixar enganar por uma falsa sensação de segurança dada pela idéia de que as mudanças climáticas serão um processo lento e gradual.
            "Nossas conclusões sugerem que uma variedade de elementos prestes a 'virar' poderiam chegar ao seu ponto crítico ainda neste século, por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem", disse o professor Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que liderou o estudo de mais de 50 cientistas.
             Segundo os cientistas, alterações mínimas de temperatura já seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até causar o colapso repentino de um sistema ecológico.
             O estudo diz que os sistemas mais ameaçados seriam a camada de gelo do mar Ártico e da Groelândia, em um ranking preparado pelos cientistas, que inclui os nove sistemas mais ameaçados pelo aquecimento global.
              A floresta amazônica ocupa a oitava e penúltima colocação no ranking.
Chuva
              Segundo o estudo, boa parte da chuva que cai sobre a bacia amazônica é reciclada e, portanto, simulações de desmatamento na região sugerem uma diminuição de 20% a 30% das chuvas, o aumento da estação seca e também o aumento das temperaturas durante o verão.
             Combinados, esses elementos tornariam mais difícil o restabelecimento da floresta.
             A morte gradual das árvores da floresta amazônica já foi prevista caso as temperaturas subam entre 3ºC e 4ºC, por conta das secas que este aumento causaria.
              A frequência de queimadas e a fragmentação da floresta, causada por atividade humana, também poderiam contribuir para este desequilíbrio.
               Segundo o estudo, só as mudanças na exploração da terra já poderiam, potencialmente, levar a floresta amzônica a um ponto crítico.
              A maioria dos cientistas que estudam mudanças climáticas acredita que o aquecimento global provocado  pelas atividades humanas já começou a afetar alguns aspectos de nosso clima.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Descoberta aranha gigante que faz teia de um metro

                     Uma nova espécie rara de aranha gigante que produz teias orbiculares de até um metro de diâmetro foi descoberta na África do Sul e Madagascar.
                      Em estudo publicado na revista científica PloS One, os pesquisadores anunciaram a descoberta da espécie Nephila komaci.
                    Apenas as fêmeas são consideradas gigantes, com corpo de 3,8 centímetros e diâmetro entre as pernas de até 12 centímetros de tamanho. O macho é considerado pequeno, com tamanho até cinco vezes menor. A teia pode chegar a até um metro em diâmetro.
                    As aranhas de teias orbiculares são um grupo abrangente de animais, conhecidos pela forma circular em que tecem a sua teia.
                   A nova aranha foi identificada pelo biólogo esloveno Matjaz Kuntner, que trabalha na Academia Eslovena de Ciências e Artes, e por Jonathan Coddington, do museu de História Natural do Smithsonian Institution, em Washington.
                   'Muito incomum'
                  Kuntner disse à BBC que a descoberta é "muito incomum", já que o gênero Nephila é muito estudado e era pouco provável que uma nova espécie fosse encontrada dentro do gênero. Ao se deparar com os animais gigantes, os cientistas não tinham certeza se eles eram de fato uma nova espécie, ou se eram apenas variações gigantes de outras espécies conhecidas.
                  O primeiro espécime analisado pertencia a um colecionador em Pretória, na África do Sul. Ele foi analisado pela primeira vez em 2000.
                  Ao pesquisar mais de 2,5 mil espécies em 37 museus, nenhuma aranha semelhante foi achada, e o pesquisador concluiu que ela estava extinta.
                  Mas quando um colega achou outras três aranhas idênticas na África do Sul, o cientista concluiu que se tratava mesmo de uma nova espécie.
                 A descoberta permitirá que cientistas estudem a diferença de tamanho entre as espécies do gênero Nephila.
                 Kuntner acredita que, por pressões ligadas à evolução e à sobrevivência, as fêmeas sofreram de "gigantismo", para que elas pudessem produzir um número maior de crias e garantir a perpetuação da espécie.
               Os dois pesquisadores temem que a espécie possa estar perto da extinção.
                "A quantidade é restrita e os lugares onde as encontramos estão em dois ambientes de biodiversidade ameaçada: (na região sul-africana de) Maputaland e em Madagascar", afirmou Coddington.
                 A aranha foi batizada em homenagem a outro cientista amigo de Kuntner, Andrej Komac, que morreu em um acidente.


Uma nova espécie rara de aranha gigante foi descoberta na África do Sul e Madagascar

Superfície de menor planeta fora do Sistema Solar é rochosa, dizem cientistas

                   Dados detalhados sobre o menor planeta já encontrado fora do nosso sistema solar sugerem que se trata de uma "super-Terra" com superfície rochosa, muito parecida com a nossa, disseram astrônomos europeus nesta quarta-feira (16).

                   O chamado exoplaneta, cuja descoberta foi anunciada em fevereiro, tem cinco vezes a massa da Terra, o que, combinado com seu raio, sugere que tenha uma superfície sólida e uma densidade semelhante ao do nosso planeta.
                    "Isso é ciência no que ela tem de mais excitante e incrível", disse o astrônomo suíço Didier Queloz, chefe da equipe que fez as observações.

                     Cerca de 330 exoplanetas já foram achados orbitando outras estrelas além do Sol. A maioria são gigantes gasosos com características semelhantes a Netuno, que tem 17 vezes a massa da Terra.
                    Mas o planeta citado no estudo de hoje --chamado pelo singelo nome CoRoT-7b --é diferente. Ele completa uma órbita a cada 20 horas, a uma distância de apenas 2,5 milhões de quilômetros da sua estrela. Sua temperatura oscila entre 1.000ºC e 1.500ºC, o que significa que não pode abrigar vida. Seu raio é cerca de 80% maior que o da Terra.
                   Em artigo na revista "Astronomy and Astrophysics", os cientistas disseram que suas conclusões colocam o CoRoT-7b na categoria das "super-Terras". Cerca de 12 delas já foram localizadas, mas é a primeira vez que se mensura com relativa precisão a densidade e a massa de um exoplaneta tão pequeno, disseram eles.
                   Para fazer essas medições, eles usaram um dispositivo chamado "procurador de planetas por velocidade radial de alta precisão" (Harps, na sigla em inglês), que é um espectrógrafo ligado ao telescópio do Observatório Europeu Meridional, em La Silla, no Chile.
                  De acordo com os cientistas, esse é "o melhor dispositivo caçador de exoplanetas no mundo. Embora o Harps seja certamente imbatível quando se trata de detectar exoplanetas pequenos, as medições do CoRoT-7b se mostraram tão exigentes que tivemos de reunir 70 horas de observações", disse François Bouchy, outro integrante da equipe europeia de astrônomos.


Cientistas europeus anunciam a descoberta de 32 exoplanetas

                        Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) anunciaram a descoberta de 32 novos exoplanetas orbitando em estrelas distantes, nesta segunda-feira (19).

                        O que é mais importante, segundo o jornal norte-americano "The Washington Post", é que os planetas foram encontrados em torno de uma variedade de estrelas, sugerindo que os planetas são comuns na nossa galáxia.
                        Os planetas gigantes, compostos de gases, foram encontrados orbitando em torno de estrelas "pobres em metal" (que carecem mais em elementos como hidrogênio e hélio do que outras), que até então eram considerados lugares inóspitos para a formação de planetas.

                        O primeiro exoplaneta foi encontrado em 1995. Com a descoberta do ESO, a contagem total de exoplanetas sobe para 400. O planeta cuja massa é mais baixa tem por volta de cinco vezes a massa da Terra. Os astrônomos esperam, algum dia, encontrar um planeta com massa e órbita semelhantes à da Terra --circundando uma estrela de modo que haja possibilidade de encontrar água em estado líquido na sua superfície.
                       Os astrônomos que anunciaram a descoberta de hoje usaram um espectrográfico para estudar possíveis planetas próximos às estrelas. O instrumento mede leves mudanças causadas na luz das estrelas devido à órbita de um planeta, que não pode ser observado diretamente.
                       Segundo o astrônomo Stephane Udry, da Universidade de Gênova, um novo instrumento está em desenvolvimento. Conhecido como Espectrográfico para Exoplanetas Rochosos e Observações Espectroscópicas Estáveis Echelle (Espresso, na sigla em inglês), "deve possibilitar a detecção de gêmeas da Terra em todos os tipos de estrelas solares, dentro de cinco ou dez anos".
                       "Pessoalmente, estou convencido de que planetas estão em todos os lugares", disse Udry.



Nasa acha molécula orgânica em planeta fora do Sistema Solar

                Pesquisadores da Nasa (agência espacial norte-americana) anunciaram a descoberta de química básica para a vida em um segundo planeta quente e gasoso, muito distante do nosso Sistema Solar. Feito na terça-feira (20), o anúncio da pesquisa também informa que isso permite aos astrônomos avançar quanto a identificar planetas onde a vida possa existir.

                O planeta, que leva o nome de HD 209458b, não é habitável, mas possui a mesma química que, se encontrada em um planeta rochoso no futuro, pode indicar a presença de vida.
                "É o segundo planeta fora do nosso Sistema Solar em que água, metano e dióxido de carbono foram encontrados --elementos importantes para processos biológicos em planetas habitáveis", disse o pesquisador Mark Swain, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. "A descoberta de componentes orgânicos nos dois exoplanetas já traz a possibilidade de que será corriqueiro encontrar planetas com moléculas que podem ser vinculadas à vida."

                Os pesquisadores usaram dados de dois observatórios em órbita: os telescópios espaciais Hubble e Spitzer, para estudar o HD 209458b --que, além de quente e gasoso, é gigante (maior do que Júpiter) e orbita em uma estrela semelhante ao Sol por volta de 150 anos-luz de distância da constelação de Pegasus.
                  A descoberta segue a uma outra, ocorrida em dezembro de 2008, que mostrou a presença de dióxido de carbono (CO2) em outro planeta do tamanho de Júpiter, o HD 189733b. Observações anteriores do Hubble e do Spitzer também tinham revelado que o planeta contém água em vapor e metano.
                 Para rastrear as moléculas orgânicas, a Nasa usou espectroscópios, instrumentos que dividem a luz em componentes para mostrar a "assinatura" de diferentes elementos químicos. Dados da câmera infravermelha do Hubble e do espectrômetro de multiobjetos mostraram a presença de moléculas, e dados do fotômetro e do espectrômetro infravermelho do Spitzer mediram as respectivas quantidades.
                "Isso demonstra que nós podemos identificar as moléculas importantes nos processos de vida", disse Swain. Os astrônomos podem, a partir de agora, comparar as duas atmosferas de ambos os planetas, pelas diferenças e similaridades. Por exemplo: as quantidades de água e dióxido de carbono relativas a ambos os planetas são similares, mas o planeta HD 209458b mostra ter metano em abundância, quando comparado com o HD 189733b. "A alta abundância de metano está nos dizendo alguma coisa", disse Swain. "Pode significar que houve algo especial sobre a formação deste planeta."
               "A detecção de compostos orgânicos não significa necessariamente que há vida em um planeta, porque existem outras formas para a geração destas moléculas", disse Swain. "Se detectamos compostos químicos orgânicos em um planeta rochoso como a Terra, nós vamos entender o suficiente sobre o planeta para descartar processos sem vida que poderiam ter conduzido os elementos químicos até lá."



sábado, 17 de outubro de 2009

'Invasão' de cobras gigantes ameaça fauna dos EUA, diz instituto

             O instituto geológico americano US Geological Survey (USGS) está alertando para uma "invasão" de cobras gigantes que ameaça a fauna nativa do país.

            Um relatório do USGS divulgado esta semana afirma que algumas regiões americanas - como o sul da Flórida - estão sendo invadidas por dezenas de milhares de pítons não nativas, que são uma séria ameaça à fauna americana.
             O documento de 300 páginas afirma que nove espécies de cobras são a principal ameaça à região. Segundo os cientistas, os pássaros, mamíferos e répteis dos Everglades - a região pantanosa da Flórida - nunca tiveram de enfrentar predadores tão grandes antes.
             Algumas delas têm seis metros de comprimento e pesam até 90 quilos.
             As espécies píton burmesa e jibóia ...

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cientistas descobrem fóssil 'inédito' de réptil voador na China

Ossos têm mais de 160 milhões de anos.


Darwinópteros são parentes dos pterodáctilos.







Nome é homenagem ao naturalista britânico Charles Darwin. (BBC/Proceedings of the Royal Society B)

        Cientistas localizaram fósseis que afirmam ser de um réptil voador desconhecido que teria vivido no nordeste da China há 160 milhões de anos. A descrição do achado foi publicada na última edição da revista científica "Proceedings of the Royal Society B".
       O animal foi batizado de Darwinopterus, em homenagem ao naturalista britânico Charles Darwin. Ele pode ser uma prova de uma polêmica teoria chamada evolução modular, segundo a qual a seleção natural força a mudança rápida de várias características, e não apenas uma de cada vez.





Darwinópteros eram criaturas parecidas com águias. (BBC/PRS-B)

              Os darwinópteros eram criaturas parecidas com águias, cuja cabeça e pescoço se assemelham a pterodáctilos mais evoluídos. Já o resto do esqueleto se parece mais com o grupo primitivo.
              Os 20 fósseis encontrados na China apresentariam semelhanças com pterodáctilos mais primitivos e mais evoluídos, que viveram entre 65 milhões e 220 milhões de anos atrás.
               Até essa última descoberta, os cientistas conheciam dois grandes grupos de pterodáctilos: os primitivos, de cauda longa, e os mais evoluídos, de cauda curta. Entre eles, havia um vazio.
              Os novos fósseis podem ser esse "elo perdido" entre os dois grupos.
              Com suas mandíbulas longas e dentes pontiagudos, os animais pareciam ser mais bem adaptados à caça que outras espécies voadoras.
              Os fósseis foram encontrados em rochas de 160 milhões de anos, ou seja, 10 milhões de anos mais velhos do que o primeiro pássaro, o Archaeopteryx.

Elefantes órfãos recebem cuidados em parque no Quênia

Bebês elefantes são alimentados em parque nacional de Nairóbi.




Eles foram abandonados numa das piores secas na África oriental.






Bebês elefantes passeiam no centro David Sheldrick, nos arredores do parque nacional de Nairóbi, no Quênia; os elefantes ficaram órfãos após uma das piores secas na África Oriental (Foto: Karel Prinsloo / AP Photo)




Um elefante bebê recebe leite em um frasco de um tratador durante sua sessão de alimentação diária, nesta quarta-feira (14) (Foto: Karel Prinsloo / AP Photo)

Produtor de 'Flipper' se diz arrependido pelo sucesso da série

O Fantástico começa com a história de um homem que já levou muita alegria às crianças. E que hoje vive amargurado.


              Um homem que já levou muita alegria às crianças hoje vive amargurado. "Não dá para tirar as imagens da cabeça. E não dá para não vê-las. Elas ficam com você. É muito difícil", diz o americano Richard O'Barry.
              A cidade de Taiji fica no sudeste do Japão. Quem anda pelas ruas logo nota que existe uma estranha relação entre a cidade e as baleias e golfinhos, que são homenageados por toda parte, mas também viram comida. Um restaurante anuncia: serve peixe e baleia.
               Richard O'Barry passou 50 anos convivendo com golfinhos. Ele capturou e treinou os cinco animais que fizeram o papel do simpático Flipper na antiga série de TV. Há um capítulo brasileiro nas aventuras de Richard: ele participou, em 1993, da libertação de um golfinho que viveu anos em cativeiro. Era outro Flipper, astro de shows em Santos, no litoral de São Paulo.
               Hoje Richard é um homem amargurado, arrependido. "O que acontece aqui é de cortar o coração", diz ele. Da praia saem quase todos os golfinhos usados em espetáculos de parques aquáticos de várias partes do mundo.
               Richard se convenceu de que o sucesso mundial do Flipper da TV teve uma consequência nociva: fez deslanchar a atividade de captura de golfinhos. Por isso, se sente responsável pelo que acontece na região.
               O sentimento de culpa de Richard o motivou a participar de um filme-denúncia: "A enseada". Foram quatro anos de luta. Os pescadores e a polícia tentaram impedira as filmagens de qualquer jeito. As equipes usaram câmeras noturnas, outras camufladas ou mergulhadas no fundo do mar. Conseguiram filmar o segredo da praia.
               O filme "A enseada" mostra o que se passa em uma temporada de caça. Treinadores esperam para escolher os melhores para os shows. Em geral, fêmeas jovens. Os que sobram são apunhalados com facas e arpões. O mar azul cristalino de Taiji fica totalmente vermelho.
                O massacre é o maior motivo da profunda tristeza de Richard. Os ambientalistas fizeram as contas: a cada ano, cerca de 20 mil golfinhos são mortos na enseada. Richard O'Barry diz que a matança só existe por causa das capturas. O motivo: dinheiro. Um golfinho vivo vale cerca de US$ 150 mil. Os mortos viram carne. Como pouca gente come carne de golfinho no Japão, Richard acredita que grande parte é vendida como se fosse carne de baleia, mais cara e mais popular no país.
                Para tentar mostrar a enseada, a equipe do Fantástico enfrentou dificuldades semelhantes às encontradas pela produção do filme. A estradinha que dá acesso foi fechada. Tudo para impedir testemunhas de ver a matança.
                Mas o segredo já estava revelado. O filme mostra que, quando os golfinhos passam pela baía, os pescadores batem varas dentro da água. O barulho assusta os bichos e confunde seus sonares. Assustados, os golfinhos buscam refúgio nas águas mais rasas da enseada. Ali, são encurralados com redes.
                De cima da montanha é possível enxergar perfeitamente o local onde os golfinhos são capturados. É em uma espécie de piscina que se forma no meio das pedras. Apesar de estarmos no meio da temporada de caça, não havia nenhum golfinho. Mas os caçadores deixaram na praia todo o material deles, sinal de que continuam agindo.
                A equipe do Fantástico tentou conversar com eles, perto do local, onde havia uma feira oferecendo carne de baleia. Os caçadores não quiseram conversa.
               Com a repercussão do filme, os caçadores agora agem com uma nova estratégia. Imagens feitas no mês passado revelam o sofrimento de golfinhos presos às redes. Cinco morreram. Mas, desta vez, houve algo diferente: terminada a seleção, os caçadores abriram as redes e libertaram os que não foram escolhidos para os shows.
               Richard O'Barry diz esperar que com o filme o público entenda o que é que se esconde por trás da pirueta de um golfinho em cativeiro. O ex-treinador lança um apelo: que o mundo todo faça como o Brasil, que já não permite shows de golfinhos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nasa promove com sucesso choque duplo em cratera da Lua

Foguete Centauro e sonda LCROSS bateram às 8h32 e 8h35.

Nas próximas horas agência vai confirmar chegada de dados.


O Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares (LCROSS, na sigla em inglês) se chocou nesta sexta-feira (9) na cratera Cabeus, no polo sul da Lua. O objetivo é checar a existência de água depositada em crateras nos polos da Lua, onde o Sol nunca bate. Cabeus é uma cratera com alta concentração de hidrogênio – e as chances de ser água são muito grandes. Foi escolhida porque tem o fundo relativamente plano e não tem rochas em seu interior que pudessem impedir o choque do Centauro diretamente no fundo da cratera. A busca de água na Lua é para viabilizar bases permanentes de pesquisa e exploração lunar.
 

Globo amazônia

Este projeto da Rede Globo é para que todos os brasileiro fiquem sabendo o que está aacnotecendo na Amazônia, afinal ela é de todos os brasileiros e é o pulmão do mundo e não devemos deixar que ela se acabe!

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Genoma é apresentado em 3D pela primeira vez

"O genoma é o conjunto de material genético
localizado no núcleo das células,
a identidade genética de cada um de nós."


                Nesta quinta-feira, um estudo publicado pela revista Science revelou que células do corpo humano têm uma capacidade colossal de armazenar informações genéticas. Também nesta quinta, o genoma humano foi apresentado, pela primeira vez, em 3D.

               Foi feita a mais profunda viagem no corpo humano. Os cientistas estudaram células e conseguiram demonstrar, em 3D, como é formada a estrutura do genoma humano.
               O genoma é o conjunto de material genético localizado no núcleo das células, a identidade genética de cada um de nós.
              A imagem de uma parte do genoma parece uma bola colorida de fitas e tem menos de um centésimo de milímetro de diâmetro. As fitas em forma espiral são de DNA, a molécula que carrega o código genético de cada pessoa. Cada fita, se fosse esticada, teria dois metros de comprimento.
              A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira pela revista Science, mostrou que as fitas estão incrivelmente organizadas. Não embaraçam e não formam nós. Elas guardam informações de forma trilhões de vezes mais densa do que o mais avançado chip de computador.
               A técnica usada pelos cientistas foi como montar um gigantesco quebra-cabeças. Cada pecinha era um pedaço de DNA. Usando cálculos matemáticos avançados, foram montando as peças, até chegar ao resultado final. Responderam à questão: como cada uma de nossas células consegue armazenar 3 bilhões de pares de DNA.
               Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, a dupla de cientistas disse que agora a ciência tem mais instrumentos para investigar a causa de doenças, como o câncer.
              Os pesquisadores ficaram fascinados com a elegante solução que a natureza criou para estocar as informações únicas de cada um de nós.

Nasa vai provocar explosão na Lua

"A expectativa é detectar se há gelo em meio
à poeira que será levantada e verificar a existência de
 água abaixo da superfície lunar,
 para abastecer uma futura base permanente."


                  Nesta sexta, os cientistas americanos vão provocar uma explosão na Lua. Quem explica o motivo é o correspondente em Washington, Luis Fernando Silva Pinto.
                   O satélite L-Cross faz parte de uma missão em busca de um lugar possível para o pouso de astronautas. Em cerca de três horas, o foguete do satélite, que pesa mais de duas toneladas, vai se desprender do L-Cross.
               E às 8h30 da manhã, horário de Brasília, vai atingir a Lua a quase 9 mil Km/h. O choque vai levantar poeira lunar a uma altura de quase dez quilômetros. E a luz do Sol, pela primeira vez em bilhões de anos, vai iluminar esse material.
               Mas a experiência não termina aí. A agência espacial americana planejou um impacto duplo, para aumentar as chances de coletar informações.
               Depois do impacto do foguete, o L-Cross vai continuar descendo em direção à Lua, colhendo imagens e transmitindo tudo para a Terra. Quatro minutos mais tarde, o satélite vai se chocar contra a mesma cratera.
                Centenas de telescópios, entre eles o Hubble, no espaço, e os mais avançados da Terra, terão uma segunda chance de estudar o material dispersado pelo duplo impacto. A expectativa é detectar se há gelo em meio à poeira e verificar a existência de água abaixo da superfície lunar, para abastecer uma futura base permanente.

África pedirá indenizações por danos ao meio ambiente 26/08/09

                  Na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, programada para dezembro em Copenhagen, a África pedirá aos países ricos indenizações de bilhões de dólares, como compensação pelos efeitos das alterações climáticas nos países do continente. A notícia foi antecipada por um diplomata sudanês, na capital da Somália, após a reunião de ministros do ambiente e da agricultura dos 8 representantes africanos na Conferência.

                  A cúpula mundial deve aprovar um novo tratado sobre as emissões de CO2 no meio-ambiente, em substituição do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
                  Cientistas e especialistas consideram que África contribui muito pouco para a poluição que provoca as alterações climáticas. O certo é que o continente é o mais atingido por secas, inundações, ondas de calor e pela subida do nível do mar.
                  O presidente da União africana, Jean Ping informou que outra exigência será a redução em 40% das emissões poluentes dos países desenvolvidos.
Segundo um estudo publicado em maio em Genebra, pelo Fórum Humanitário Mundial, os países em desenvolvimento deverão sofrer 90% das conseqüências humanas e econômicas das alterações climáticas.

Nobel de Química premia estudo de ribossomos

"As pesquisas de Venka-Traman Rama-Krishnan,
Thomas Steitz e Ada Yonath revolucionaram o desenvolvimento de antibióticos."
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             Dois americanos e uma israelense foram premiados, nesta quarta-feira, com o Nobel de Química. As pesquisas deles revolucionaram o desenvolvimento de antibióticos.

             Venka-Traman Rama-Krishnan, Thomas Steitz e Ada Yonath ajudaram a ciência a entender melhor como funcionam os ribossomos, as fábricas de proteínas encontradas nos núcleos das células.
              Isso tornou possível desenvolver remédios que bloqueiam o funcionamento dos ribossomos em bactérias que causam doenças e infecções. Os cientistas trabalharam separadamente, mas publicaram as descobertas quase ao mesmo tempo, nove anos atrás.

Descoberto novo anel gigante em Saturno

"Saturno fica tão longe que é difícil ver o que
 acontece naquela área. O anel descoberto agora é tão escuro,
com pouca matéria,
que ficou invisível por mais de 400 anos desde
 a invenção do telescópio."

              Um dos maiores planetas do sistema solar acaba de revelar mais um segredo. Foi descoberto um anel gigantesco e, mesmo assim, quase invisível, em volta de Saturno.

              O planeta gigante parece um pontinho minúsculo diante da circunferência de milhões e milhões de quilômetros.
              O maior dos anéis de Saturno é feito de gelo e poeira cósmica. Tão extenso que poderia conter mais de um bilhão de planetas do tamanho da Terra. E curiosamente viaja na contramão dos outros anéis.
              Assim como a Terra, Saturno tem satélites e luas em sua órbita. Uma das maiores luas chama-se Febe.
              Os cientistas acreditam que choques entre Febe e diversos cometas tenham produzido a poeira planetária que agora gira nesta mesma órbita.
               Mas porque tanta demora pra encontrar o anel gigante?
               Saturno fica tão longe do sol que é extremamente difícil enxergar qualquer coisa naquela região do Universo. E o anel descoberto agora é tão escuro, tem tão pouca matéria, que ficou invisível por mais de 400 anos desde a invenção do telescópio. Pra desvendar o novo mistério de saturno foi preciso mudar de tecnologia. E de ponto de vista.
               O telescópio espacial Spitzer viaja há seis anos pelo Universo. Usa uma câmera infravermelha que ajudou os pesquisadores a mapear o novo anel.
               Os astrônomos já desconfiavam da existência do anel, mas precisaram desses novos olhos para enxergá-lo. Agora, querem descobrir se assim como Saturno, outros planetas também têm anéis gigantes.



Para ver o video clik aqui

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Livro : Escola Sesi Planalto Pelo bem na Natureza

A escola Sesi Planalto vem com um livro para ajudar a consientizar as pessoas sobre o desmatamento e com a organização do Pedro Luz ( autor de livros como "Sapaiada sem brejo" e "Bicharada sem mato") os alunos do Sesi fizeram um livro com hitorias e poesias aconpanhados de suas professoras.

Poesias como a do aluno Guilherme Furtado Prreira

"Eu fiz um mundo,
que as crianças pudessem ser felizes
sem serem espancadas, sequestradas e assasinadas. ... "
                                                      ( Nome do poema: Um brasil mais feliz)

Ou como a poesia de aluna Stéfany Caroline Tavares de Castro

"Nossa vida sem você não teria sentido
Pois sua água eu bebo e de seus frutos sobrevivo. ..."
                                                      ( Nome do poema : Natureza )


Hum.... já deu para sentir o gostinho do livro! Além dessa tem muitas outras ótmas poesias.





                                                                                                        ( Sesi Jardim Planalto)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Chacina deixa 157 mortos na Guiné

O exército abre fogo contra uma multidão
para reprimir um protesto contra
 o atual governo na República africana.

              Nesta terça-feira, (29/09/09) cenas de uma chacina foram exibidas em todos os continentes e provocaram indignação mundial: 157 pessoas foram mortas e mais de 1,2 mil ficaram feridas durante um protesto na República da Guiné.
              Nas imagens do massacre, o exército abre fogo contra a multidão para reprimir um protesto. As cenas foram registradas quando 50 mil pessoas pediam democracia nas ruas de Conacrí, a capital da Guiné, uma ex-colônia francesa no Oeste da África.
              Dentro de um estádio de futebol, correria diante de mais tiros. Desesperadas, centenas de pessoas tentavam fugir.
              "Eu vi coisas horríveis. Vi soldados colocando armas dentro das mulheres e atirando", contou uma sobrevivente.
Em dezembro do ano passado, uma junta militar, liderada pelo capitão Moussa Dadis Camara, assumiu o poder em um golpe, depois da morte do ditador Lasana Conté, que governou o país por 24 anos.
                A República da Guiné jamais teve estabilidade ou democracia plena desde a independência, em 1958.
                O massacre foi na última segunda-feira,(28/09/09) mas como a imprensa e a TV são controladas pelo governo, só nesta terça-feira, o mundo teve acesso às imagens e informações chocantes.
                A França suspendeu a cooperação militar que tem com a Guiné depois do que classificou como ‘uma ação sanguinária e selvagem’. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também condenou o massacre.



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Prédio da ONU é alvo de ataque terrorista

Homem-boma se disfarça de agente das forças de segurança para entrar no prédio.


          Um prédio das Nações Unidas foi alvo de um ataque terrorista, em Islamabad, capital do Paquistão.

          O terrorista se disfarçou de agente das forças de segurança do país para entrar nas instalações do Programa Mundial de Alimentação da ONU.
         O homem-bomba e mais cinco pessoas morreram na explosão. As autoridades suspeitam que o atentado tenha sido promovido pelo grupo Talibã.

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Desastres ambientais.

Há quem diga que a Terra está no seu limite
 para ter condições de poder se recuperar
frente a tantas agressões causadas pelo homem.!


                 É como se estivesse na UTI. Um pouquinho de desatenção dos médicos e enfermeiros, que neste caso é a população humana, e começa a falência do organismo como um todo.
                 De fato o momento é crítico. O ambiente não tem fronteiras, não tem partido político, não tem raça, cor, ideologia ou economia. Ele pertence a todos, e todos pertencem a ele. Não há desenvolvimento de sociedades, saúde ou até mesmo a existência humana sem a natureza. No entanto, não é o que temos visto diariamente nos noticiários mundiais e regionais.
                 O Brasil acaba de presenciar uma grande agressão ao ambiente provocada pelo vazamento de óleo no rio Iguaçu, pouco tempo depois de ocorrer outro desastre no Rio de Janeiro. Falta de estrutura, falha nos equipamentos, fiscalização, mão-de-obra desqualificada? Talvez a real causa esteja um pouco mais além. Talvez seja um conjunto de fatores que podem ser reunidos numa palavra apenas: educação.
                 Um esforço mundial tem sido movido em grande intensidade para tentar amenizar a situação. Novas leis, proposta de certificação de qualidade ambiental (produtos e processos) (ISO 14.000) para as empresas, acordos internacionais de cooperação ambiental e uso de embargo comercial por processos extrativistas pouco ecológicos. Tudo para se poder caminhar na direção do que se fala ultimamente  como “desenvolvimento sustentável” das nações.
                  Ao mesmo tempo, enquanto os governos não entenderem que a Terra está não apenas com “espirros”, mas sim em situação muito delicada e que precisa de ação maciça neste momento da fiscalização de órgãos como o IBAMA, da especial atenção da Procuradoria da República, da ação enérgica dos juízes e também de um investimento muito grande em Educação Ambiental, tanto nas escolas como para a população em geral, encontraremos surpresas a cada dia como desastres ecológicos e disparates judiciais.

 Façamos força para o Brasil tornar-se
maduro e consciente logo,
deixando a expressão “país do futuro” no passado.

Mercosul realizará estudo sobre custos ambientais e econômicos da desertificação


"A expectativa é que o tema seja
 discutido na Convenção da ONU,
marcada para dezembro,
em Copenhague, a COP 15"




               Os custos ambientais e econômicos da não adoção das medidas necessárias para conter o processo de desertificação, e a consequente degradação de terras, serão objeto de um estudo que será realizado, em breve, pelos países do Mercosul. A informação é do secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke. Ele participou nesta semana, em Buenos Aires, da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP-9).
            De acordo com o secretário, que acompanhou o ministro Carlos Minc no encontro internacional, o estudo é importante porque subsidiará os países do bloco na estratégia de enfrentamento ao problema. "Essa iniciativa representa um avanço", avalia. Krakhecke também destaca o apoio dos ministros do Meio Ambiente do Mercosul, da Bolívia, Chile e Venezuela à proposta do ministro brasileiro, apresentada em reunião paralela à COP-9 e realizada na terça-feira, 29 de setembro. Minc defendeu a ideia de que os projetos de recuperação de solos degradados, como os desertificados, sejam considerados ações de mitigação dos efeitos do aquecimento global.
           Com o entendimento entre os ministros, a expectativa agora é que o tema seja discutido na Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca). "Estou defendendo que as ações de recuperação de áreas degradadas, como no Nordeste, entrem no Mercado de Crédito de Carbono", disse Minc em Buenos Aires.
           O ministro brasileiro destacou, ainda, a importância de serem promovidas "ações de solidariedade" aos países pobres, em especial os da África, e defendeu que 1/3 do chamado "Fundo Verde" para ações de enfrentamento do aquecimento global - que deverá ser aprovado em Copenhague, com o aporte inicial de pelo menos US$ 400 bilhões anuais por parte das nações mais ricas - seja direcionado para projetos de adaptação e mitigação de áreas degradadas pela mudança do clima.
            Durante o encontro na Argentina, o governo brasileiro aproveitou para apresentar as ações que já vem tomando para fortalecer o combate à desertificação. Uma delas é a articulação de um grande pacto nacional para a construção de uma agenda de desenvolvimento sustentável para o semiárido, região onde estão localizados 11 estados brasileiros, sendo os nove nordestinos e mais Minas Gerais e Espírito Santo.
            A realização do 1º Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação, previsto para ocorrer em 2010 em Petrolina/Juazeiro, e a implementação do Programa Nacional de Combate à Desertificação (PAN/Brasil), que norteará políticas estaduais, também foram apresentadas aos participantes da COP-9. A Convenção começou na segunda-feira, 21 de setembro e terminou nesta sexta-feira, 2 de outubro.

A ajuda atrapalha


Entrevista com o economista queniano James Shikwati

"Se os países ricos e a ONU
continuarem a agir como babás,
os africanos se tonarão uns inúteis
que não sabem fazer nada"
"O economista queniano diz
que as doações sóa atrasam
o desenvolvimento da Africa."



Nascido em um país conhecido por produzir grandes fundistas, o economista queniano James Shikwati, de 35 anos, nunca se destacou como um bom atleta. Certa vez, quando era adolescente, inscreveu-se para uma prova de corrida no colégio. Sob o olhar de centenas de pessoas na arquibancada, Shikwati foi deixado muito para trás pelos outros competidores. Isso não o impediu de correr com todas as forças – para delírio dos espectadores, que passaram a torcer para o lanterninha. O episódio revela um dos valores mais caros para Shikwati, hoje um estudioso de políticas de desenvolvimento para a África: a livre concorrência. Para ele, não importa que os países africanos larguem muito atrás na corrida da globalização. Só o que não pode acontecer é os africanos serem tratados como coitadinhos. Para Shikwati, as doações para fins humanitários dos países ricos impedem a África de se firmar por conta própria. Formado pela Universidade de Nairóbi, no Quênia, e diretor da Rede Econômica Inter-regional, um instituto de pesquisas com o objetivo de promover idéias de livre mercado, Shikwati é casado e tem três filhos. Ele falou a VEJA de seu escritório, em Nairóbi.




Veja – No mês passado, os sete países mais ricos concordaram em aumentar para 50 bilhões de dólares por ano a ajuda humanitária para a África. É uma boa notícia, não?
Shikwati – É bom para os países ricos, como manobra de relações públicas. Como medida útil para a criação de riqueza, que é o que os países africanos precisam, as doações não ajudam em nada. Se você der dinheiro a um mendigo e voltar a vê-lo na rua no dia seguinte, não se pode dizer que você o tenha ajudado. Ele continua mendigando. É isso que está acontecendo na África. Os países ricos anunciam mais e mais doações a cada ano. Temos de parar com isso. É preciso tirar o mendigo da rua. Temos de descobrir os potenciais desse mendigo, pois isso sim poderá melhorar sua vida. A África necessita é de uma chance para ser capaz de administrar e comercializar as próprias riquezas.



Veja – Por que as doações internacionais são ruins para a África?
Shikwati – Na década de 80, a África Subsaariana recebeu 83 bilhões de dólares em auxílio. No mesmo período, o padrão de vida na região caiu 1,2% ao ano. A doação só tornou os países africanos mais dependentes de ajuda. Precisamos conquistar a capacidade de resolver nossos problemas sozinhos. Minha mensagem é: "Por favor, não dificultem as coisas para nós. Não nos impeçam de pensar por nossa própria conta com essa política de nos afundar em dinheiro fácil".



Veja – De que maneira, exatamente, o dinheiro atrapalha?
Shikwati – O dinheiro da ajuda internacional prejudica o setor produtivo e a livre-iniciativa. No Quênia, parte do dinheiro que veio de doações internacionais foi investida no setor de telecomunicações, controlado pelo Estado de forma ineficiente. Desse modo, fica difícil para o setor privado competir com as empresas estatais. A situação na agricultura é ainda pior. O envio de toneladas e toneladas de alimentos atrapalha os produtores locais. Eles param de produzir o pouco que têm, porque são incapazes de competir com os alimentos distribuídos gratuitamente à população. Assim, criam-se novas famílias de pessoas pobres, que passam a depender da ajuda internacional. É uma espiral sem fim, que também desestimula o comércio de alimentos entre os países africanos. Se falta comida no Quênia, devido a uma seca, em vez de tentarmos fazer negócios com os países vizinhos, como Uganda e Tanzânia, pedimos comida aos países europeus ou aos Estados Unidos. Tudo o que nossos líderes precisam fazer é desenvolver estratégias para garantir que a ajuda financeira continue chegando.



Veja – O que o leva a pensar dessa forma?
Shikwati – Eu venho de uma região rural do Quênia e tive uma infância pobre. Quando entrei na faculdade, passei a me interessar pelos problemas africanos. Comecei a entender que capitalismo não é feito apenas com dinheiro, mas também com recursos humanos. Se você me der bilhões de dólares e eu não estiver preparado para saber o que fazer com isso, será dinheiro jogado fora. É sob essa perspectiva que eu interpreto os problemas da África.



Veja – Não é crueldade deixar sem ajuda os milhões de famintos da África?
Shikwati – Não é. Se você deixar a África lidar com seus problemas sozinha, o continente não vai fracassar ou morrer. Se os governos dos países desenvolvidos continuarem agindo como nossas babás, no entanto, nunca conseguiremos entrar na economia global. O caminho para o nosso desenvolvimento é ter acesso livre a outros mercados e conseguir investimentos externos.



Veja – Como fazer isso?
Shikwati – Os problemas que impedem a África de criar riqueza são, na verdade, institucionais. Eles limitam a capacidade do continente de expandir o próprio mercado. As alíquotas de importação de alimentos entre os países africanos são, em média, de 33%, comparados aos 12% que os produtos importados da Europa pagam por aqui. Se conseguíssemos abrir a África para os africanos, muitos dos problemas de desnutrição nunca chegariam a um nível crítico. Temos de convencer nossos governantes a abrir os mercados e a estimular a população a produzir. Os 50 bilhões de dólares que os países ricos querem nos dar serão um presente de grego. O único efeito será impedir o desenvolvimento do mercado interno africano. Vamos continuar para sempre dependentes de ajuda internacional.



Veja – O que a África tem para oferecer no mercado global?
Shikwati – Concordo que não há na África um setor produtivo comparável ao de outras regiões. O pouco que existe está sendo destruído pela ajuda internacional. Em 1997, havia 137 000 empregados na indústria têxtil da Nigéria. Em 2003, eram apenas 57 000. Porque os países ricos nos inundam com roupas doadas, que vão abastecer os mercados de rua nas cidades africanas. O que temos a oferecer são riquezas naturais, como ouro, petróleo, diamantes e um povo com um potencial que merece receber investimento.



Veja – O governo dos Estados Unidos anunciou que só fará doações aos países africanos menos corruptos. Essa é uma boa estratégia?
Shikwati – Antes de tudo, é preciso perguntar o que causa a corrupção. Os países ricos dizem que os pobres são corruptos. De onde vem o dinheiro roubado pelos corruptos? No caso da África, esse dinheiro vem dos Estados Unidos e da Europa. Boa parte dos alimentos doados é revendida pelos políticos nos armazéns de suas tribos. Americanos e europeus têm boas intenções, mas a ajuda internacional corrompe os governantes africanos. Concordo que a corrupção é um problema crônico no continente, mas ela não está no gene africano. Os próprios africanos precisam aprender a policiar a roubalheira de seus governantes.



Veja – É possível um país ter ao mesmo tempo desenvolvimento e dirigentes políticos corruptos?
Shikwati – É uma raridade. Quanto maior o fluxo de informações em um país, mais difícil é para as autoridades cometer atos ilícitos. Os países desenvolvidos são aqueles em que há liberdade na divulgação de notícias. Um dos motivos da corrupção na África é a falta de informação. Pergunte a um africano quanto de ajuda financeira seu país recebe por ano. Ele não saberá responder, porque o governo não divulga os dados. Na África, damos poder demais aos nossos governantes, e isso estimula a corrupção.



Veja – Como os regimes ditatoriais são afetados pelas doações internacionais?
Shikwati – Sem os donativos seria mais fácil se livrar dos ditadores. A ajuda financeira vem sempre acompanhada de uma política equivocada. Os governos usam o dinheiro para a guerra e para a compra de votos. Se um ditador tem apoio financeiro garantido, ele dificilmente vai se importar com a situação de seus cidadãos. Jeffrey Sachs (diretor do programa Metas de Desenvolvimento para o Milênio, da ONU) diz que o dinheiro deveria ser entregue não aos políticos, mas à população. O que ele quer? Uma África sem líderes? Não é uma questão de entregar o dinheiro nas mãos de políticos ou nas de cidadãos. A solução é não dar dinheiro algum.



Veja – O pensador americano Francis Fukuyama diz que a causa do subdesenvolvimento é a falência do Estado. O senhor acha que seria mais proveitoso se os países ricos ajudassem os pobres a construir as próprias instituições e leis, em vez de dar ajuda em dinheiro?
Shikwati – De forma alguma. Um país não pode ajudar o outro a construir o seu Estado. Isso se chama interferência. Se for do interesse das empresas dos países ricos lucrar nos países pobres, não devemos impedi-las. Mas não podemos permitir que governos venham fazer negócios em nome dessas companhias. O conhecimento técnico deve ser levado por empresas dispostas a se instalar na África. É preciso também permitir que os cidadãos de países em desenvolvimento circulem livremente pelos países ricos. Nossos jovens precisam viajar e estudar no Primeiro Mundo. Só assim estarão preparados para construir o próprio país.



Veja – Jeffrey Sachs diz que muitos problemas da África têm soluções bem simples, como a distribuição de mosquiteiros e a adoção de programas de educação sexual. O senhor concorda?
Shikwati – Sachs sabe muito bem o que os países ricos fizeram para combater a malária no tempo em que a doença existia na Europa. Eles não utilizaram mosquiteiros. Então por que prescrever isso para a África? Os mosquitos não esperam a pessoa dormir para picá-la. Deveríamos investir em projetos para erradicar o mosquito, porque ele sim é a causa da malária. Quanto aos programas de educação sexual, não precisamos que Sachs venha nos dizer isso. É por essa razão que critico a tendência da ONU de assumir o papel de babá dos pobres. Se isso acontecer, os africanos se tornarão uns zumbis, uns inúteis que não sabem de nada.



Veja – Por que só a África fica de fora do crescimento global?
Shikwati – A pobreza na África é artificial. Ou seja, é criada pelas guerras e por governantes corruptos. Os líderes lutam por causas nacionalistas, passando por cima das fronteiras, impedindo o desenvolvimento do comércio regional. Dessa forma se multiplica o número de pobres. Note que a ajuda financeira à África está baseada em estatísticas exageradas. Se os dados sobre a aids fossem corretos, todos os quenianos estariam mortos. Recentemente se descobriu que não são 3 milhões de infectados, e sim 1 milhão. A aids tornou-se uma doença política, usada como apelo de marketing para atrair mais dinheiro em doações externas. É triste que isso esteja acontecendo, porque as pessoas estão realmente morrendo.



Veja – No fim da II Guerra, a Alemanha estava em ruínas. Recuperou-se em poucos anos com a ajuda financeira dos Estados Unidos. Um Plano Marshall seria uma solução para a África?
Shikwati – A Alemanha, antes da guerra, não estava no mesmo estágio em que se encontra hoje a África. Era um país industrializado, com instituições consolidadas. Bastou injetar dinheiro e iniciar a reconstrução para a indústria alemã retomar a produção. A África não mudou quase nada desde a independência. É preciso começar do zero, o que complica qualquer plano de desenvolvimento.



Veja – Por que o senhor acha que a Europa está tão empenhada em ajudar os países africanos?
Shikwati – Primeiro, porque os europeus foram os colonizadores e pretendem se manter influentes no continente. Há interesses concretos, como conquistar o apoio africano nas negociações na Organização Mundial do Comércio. A forma encontrada para garantir essa influência é inundar os governos africanos com dinheiro. Há outra razão, talvez mais emocional. Os países ricos querem se sentir bem. É como se dissessem: "Nós somos os mocinhos, estamos ajudando".



Veja – O Brasil busca o apoio da África para sua candidatura a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Isso o coloca na categoria dos países que querem exercer influência na África?
Shikwati – Pelo menos no caso do Brasil isso é feito às claras. O país não esconde suas intenções. Um dos meus argumentos contra as doações é que os representantes dos países ricos não vêm aqui e dizem: "Olha, meu amigo, eu lhe dou esse dinheiro e você me dá seu apoio na ONU". É uma negociação, mas eles disfarçam. Se for do interesse da África aceitar a ajuda brasileira em troca de um voto na ONU, que seja assim. Isso é normal nas relações internacionais. O que não se pode é esconder isso da população.

Lixo vira combustível para carro nos EUA

Será que o carro do futuro vai ser movido a lixo? E a energia que ilumina as casas, será que isso vai se transformar em riqueza?

Quando as luzes se acendem, no fim da tarde, os moradores de Fairfax, no estado americano da Virginia, estão, de certa forma, contribuindo com a limpeza das ruas. O lixo de um milhão de pessoas vai todo para uma usina. A energia é suficiente para abastecer 80 mil casas, 20% da população.
Cerca de 15 mil toneladas de lixo: parece uma imagem do fim dos tempos, ou um cenário de destruição. Mas, acredite! Estamos diante de uma imagem do futuro. Todo esse lixo está prestes a virar energia elétrica.
Restos de comida, eletrônicos, plástico, tudo que não presta arde num inferno a mais de 1000ºC. Os gases tóxicos que sobram depois da queima do lixo são filtrados, e só uma quantidade mínima sai pela chaminé.
Eles não mostram, mas 10% do lixo que entra na usina saem daqui em forma de cinzas e vão para um aterro. Ainda assim, o diretor de sustentabilidade, Paul Gilman, diz que a usina de lixo polui muito menos que as termoelétricas que usam gás ou carvão.
"No futuro reciclaremos muito mais", ele diz. "E se aproveitarmos tudo que sobra, quatro ou cinco por cento da energia do país poderão ser produzidos a partir de lixo".
A meta do governo para 2030 é que o lixo seja a fonte de 20% do combustível dos automóveis. Isso mesmo. Em breve, até os nossos carros poderão ser movidos a lixo.
Lembra do filme "De Volta Para o Futuro"? Doc, o inventor, coloca lixo num equipamento apelidado de Mister Fusion e o carro sai voando em direção ao futuro. E não é que engenheiros da Califórnia estão viajando na mesma direção?
O nome da tecnologia é gaseificação. Um forno colocado na mala do carro queima o lixo sólido e extrai dele o máximo possível de vapor. O gás percorre os tubos e quando chega ao carburador tem o mesmo efeito da gasolina ou de qualquer outro combustível.
Agora que eles já resolveram os problemas mecânicos, fizeram os ajustes finos no computador e na parte de trás, a eletrônica do carro, a gente está pronto para dar a partida no veículo. Com o maçarico, acende-se o gaseificador e pode colocar o combustível, que na verdade é lixo.
Depois de algumas tentativas, o carro vai que é uma beleza. O que sobra depois da queima do combustível é carbono em estado sólido. De acordo com pesquisas científicas, um ótimo fertilizante.
"Esse carvão, chamado de terra preta, é muito rico em nutrientes", explica Tom Price, um dos coordenadores do projeto. "Continuamos obtendo energia, mas ela é limpa e renovável, ajudando a melhorar as condições climáticas."
Como a gente vê, ainda é um experimento bastante complicado. Mas os inventores prometem que em breve vai ser tudo muito mais compacto e fácil de usar.



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