quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Intelectuais preveem fracasso no evento Rio+20


Intelectuais de esquerda e ambientalistas que participam do Fórum Social Temático fazem previsões de fracasso para a conferência Rio+20, que reunirá líderes mundiais em junho para discutir o futuro do planeta.
O clima de pessimismo dominou ontem o primeiro dia de debates do encontro, em Porto Alegre.

"Do ponto de vista de chefes de Estado, temo que vai ser um fracasso", afirmou o escritor Frei Betto. "O G8 não está minimamente interessado em fechar compromissos ambientais."
Os participantes criticaram o documento divulgado pelas Nações Unidas como esboço de resolução a ser votada na conferência.
O empresário Oded Grajew, um dos organizadores do fórum, disse que o texto está "muito abaixo da expectativa" e não prevê ações concretas para reduzir as emissões de gases poluentes.
"Se a sociedade não pressionar, vai acontecer pouca coisa, como tem acontecido nas COPs", disse, referindo-se às conferências sobre mudanças climáticas.
O ambientalista Tasso Azevedo, ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro, afirmou que o documento será inócuo. "É um texto certinho. Existindo ou não, não fará diferença alguma."
"O documento já nasceu velho, do século 19. Como está, não leva a nenhuma conclusão. São só conclamações idealistas, sem mostrar a sociedade que queremos", disse o teólogo Leonardo Boff.
Outros participantes apontaram riscos de os países desenvolvidos usarem o discurso do meio ambiente para bloquear o crescimento de nações emergentes, como Brasil, China e Índia.
"Eles não querem impor metas para si mesmos, só para os emergentes. Não aceitaremos que congelem nosso desenvolvimento por decisão dos países ricos", afirmou Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo, do PT.
MARINA
A ex-senadora Marina Silva fez nova cobrança à presidente Dilma Rousseff, que discursa hoje no fórum, para que ela vete as mudanças no Código Florestal aprovadas pelo Congresso.
Ela disse que Dilma se comprometeu a vetar projetos que aumentem o desmatamento quando buscava seu apoio nas eleições de 2010.
"Peço a Deus e ao povo brasileiro que a gente se mobilize para dar sustentabilidade à presidente Dilma para que ela possa honrar isso."

Fonte: Folha.com

Na França, empresas cobrirão gasto de bicicleta para funcionários


O governo francês anunciou nesta quinta-feira uma iniciativa para estimular o uso da bicicleta. A principal medida é o financiamento pelas empresas das despesas de transporte dos funcionários que a adotarem. Em troca, serão garantidas isenções.
O ministro dos Transportes, Thierry Mariani, informou que o sistema é similar ao existente na Bélgica. Naquele país, paga-se 21 centavos de euro por quilômetro rodado.
Benoit Tessier/Reuters
O governo parisiense foi um dos primeiros a incentivar a adoção de bicicletas como transporte; acima, ponto de aluguel
O governo parisiense foi um dos primeiros a incentivar a adoção de bicicletas como transporte; acima, ponto de aluguel
A norma, apresentada em Paris, é resultado de um estudo encomendado pelo Executivo ao deputado conservador e prefeito do 15º distrito de Paris, Philippe Goujon.
No jornal "Le Figaro", Goujon estimou em 20 milhões de euros o custo do Estado para indenizar por quilômetro as 2 milhões de pessoas que vão de bicicleta ao trabalho. Na França, o percurso médio é de 5 km.
Em entrevista ao jornal "Metro", Mariani indicou que outras medidas serão estudadas, como modificar a norma de circulação para permitir que os ciclistas avancem o semáforo vermelho quando virarem à direita, marcar as bicicletas com código para combater os roubos e construir mais ciclovias.
O ministro destacou que na França a utilização desse meio de transporte permite economizar 5,6 bilhões de euros pelos benefícios que proporciona à saúde das pessoas, além de limitar os gases poluentes.
Para Mariani, se cada europeu pedalasse 2,6 quilômetros por dia ao invés de usar um carro, haveria uma redução no transporte em torno de 15% das emissões de CO2, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

Fonte: Folha.com

Poluição de rio na China leva população a estocar água


Residentes de uma cidade no sul da China correram para comprar água potável depois que níveis excessivos de cádmio carcinogênico foram encontrados na fonte de um rio que abastece o local, relatou a mídia estatal nesta quinta-feira, no mais recente escândalo de saúde a atingir o país.
A poluição dos córregos por resíduos tóxicos de fábricas e fazendas é um problema grave na China, levando as autoridades a clamar por políticas que exijam a eliminação da poluição por metais pesados, embora o problema não mostre sinais de estar sendo solucionado.
Os níveis de cádmio no rio Longjiang, na região autônoma de Guangxi Zhuang, chegaram a três vezes o limite oficial na quarta-feira, afirma a agência estatal de notícias Xinhua, apontando como responsável uma mineradora.
Níveis excessivos de cádmio foram detectados no último domingo, disse a agência, acrescentando que as autoridades injetaram no rio 80 toneladas de cloreto de alumínio, um agente neutralizante, em uma tentativa de eliminar o fator de risco.
A China fechou uma indústria química na província central de Hunan em 2009 depois que os moradores protestaram contra a poluição de cádmio, que matou duas pessoas e afetou centenas de outras.
Apesar das promessas frequentes de Pequim de reduzir a poluição, autoridades locais com frequência colocam o crescimento econômico, a renda e a criação de empregos acima das preocupações ambientais.

Fonte: Folha.com

Após 11 anos, iguanas raras nascem em cativeiro


Depois de 11 anos de espera, dois filhotes das raras iguanas-das-antilhas-menores nasceram em cativeiro na ilha de Jersey, território autônomo britânico, anunciou a ONG Durrell Wildlife Conservation Trust.
A organização também seria a única no mundo a reproduzir com sucesso a espécie iguana-delicatissima, que está ameaçada de extinção em seu habitat, o Caribe, devido a diversos problemas que vão de cruzamentos com a iguana verde, que não é natural do local, à introdução de predadores, além da destruição de seu ambiente.
Durrell Wildlife Conservation Trust
Um dos filhotes das iguanas-das-antilhas-menores que nasceu em cativeiro na ilha de Jersey, território britânico
Um dos filhotes das iguanas-das-antilhas-menores que nasceu em cativeiro na ilha de Jersey, território britânico
Apenas alguns poucos zoológicos e parques no mundo têm espécimes das iguanas-das-antilhas-menores.
"Estamos muito felizes com a chegada destes novos filhotes. Eles estão se alimentando e crescendo bem. Vamos continuar a monitorá-los cuidadosamente em nosso departamento de herpetologia [estudo dos répteis e anfíbios]", disse Mark Brayshaw, chefe da Coleção de Animais na sede da ONG, em Jersey.
A primeira vez que a organização conseguiu reproduzir as iguanas em cativeiro com sucesso foi em 1997.
Em 2000, mais oito iguanas nasceram, mas a partir desse ano todos os ovos colocados pelas iguanas eram não fertilizados.
Finalmente, em setembro de 2011, uma das fêmeas que foi colocada junto a um macho que chegou ao parque em 2003 produziu os dois ovos que deram origem às iguanas que nasceram após um período de incubação de 75 dias.
Os filhotes têm uma cor verde-limão, bem diferente dos adultos da espécie, que ganham um tom mais acinzentando no corpo e bege na cabeça.
"Vamos continuar nossos esforços para reproduzir as iguanas e estamos empolgados com este recente sucesso", disse Brayshaw.

Fonte: Folha.com

Nasa divulga imagens de tempestades solares; veja


As tempestades solares que afetam o campo magnético da Terra desde domingo (22) e que forçaram o desvio de voos comerciais que passavam pelos pólos, seguirão se intensificando, segundo especialistas.
No meio da temporada de tempestades solares mais intensa desde setembro de 2005, os cientistas afirmaram que outra labareda do astro enviará radiações à Terra ainda nesta semana.]
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos indicou que seu Centro de Previsões de Clima Espacial, no Colorado, observou a erupção solar no domingo às 14h (de Brasília). A radiação começou a chegar à Terra uma hora mais tarde.

Fonte: Folha.com

ONU começa reunião para elaboração de documento final da Rio+20


Começou nesta quarta-feira na sede da ONU em Nova York a primeira rodada de discussões para a elaboração do documento final a ser apresentado na conferência Rio+20, que acontece no Brasil de 20 a 22 de junho deste ano.
O encontro tem duração prevista de três dias e é o primeiro de uma série de quatro reuniões informais dos comissnários das Nações Unidas que vão definir as propostas de comprometimento político a ser apresentadas aos líderes mundiais presentes à conferência.
Na abertura da reunião desta quarta, o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, disse que os objetivos a serem defendidos na conferência devem ser dirigidos aos governos e também à sociedade civil. "Quando os líderes mundiais se reúnirem no Rio em cinco meses, é preciso lhes apresentar uma proposta ambiciosa e prática, equivalente à magnitude dos desafios de hoje".
As propostas a serem incluídas no documento serão baseadas em mais de 6.000 páginas de sugestões feitas por represenantes dos Estados membros da ONU, organizações internacionais e grupos organizados da sociedade civil.
"A erradicação da pobreza e a construção de sociedades socialmente justa e inclusivas enquanto protegemos nossos frágeis eco-sistemas permanecem como o desafio que define o século 21" disse Sha. Ele destacou ainda que "as múltiplas crises -alimentar, energética, climática, financeira, e de emprego- formam as diferentes facetas deste desafio"

Folha.com

Expedição no Suriname descobre 46 novas espécies


A Conservação Internacional anunciou nesta quarta-feira a descoberta de 46 novas espécies na floresta amazônica do
Suriname. Elas ainda precisam ser confirmadas cientificamente.
A expedição a locais remotos perto do vilarejo Kwamalasamutu catalogou no total 1.300 seres vivos.
Trond Larsen/Conservation International
Gafanhoto "Copiphora longicauda" encontrado em expedição na floresta amazônica no Suriname, veja fotos
Gafanhoto "Copiphora longicauda" encontrado em expedição na floresta amazônica no Suriname, veja fotos
A diversidade abrangeu de plantas, peixes, répteis e anfíbios, pássaros, formigas, cigarras, libélulas, besouros e mamíferos.
O estudo coletivo envolveu 53 cientistas, membros do povo indígena Tiriyó e estudantes.
A pesquisa está publica no boletim "Bulletin of Biological Assessment", que pertence à própria Conservação Internacional.

Fonte: Folha.com

Bioma Pantanal part01

Pantanal: o reino das águas

Considerado um dos maiores centros de reprodução da fauna da América, o Pantanal é o bioma brasileiro mais preservado.
Paraíso dos pescadores e turistas, o Pantanal é um mundo de águas que encanta a todos pela beleza. Os espanhóis, primeiros europeus a chegar ao bioma no século XVII, ficaram tão impressionados que o chamaram de mar do Xaraiés, numa referência ao povo indígena que ali vivia.
Aberto e cheio de luz, o Pantanal é bem diferente da mata atlântica e da Amazônia, biomas em que os animais costumam se esconder nas mata fechadas. No Pantanal, os animais são vistos por toda parte. Parece até um zoológico de portões abertos.
Diferentemente do que muitos imaginam, o nome "Pantanal" nada tem a ver com pântano, muitas vezes em referência a uma área de água parada e suja. No bioma, a água é limpa, e por isso, os peixes fazem uma verdadeira festa nos rios.

Domínios territoriais e características físicas.

Maior área úmida continental do planeta, o Pantanal situa-se no coração da América do Sul. Ao norte, limita-se com as formações meridionais da floresta amazônica; a lesta, com os cerrados do planalto central brasileiro; ao sul, com as florestas chaquenhas; a oeste, com as florestas das fronteiras boliviano-paraguaias.Portanto, a localização do Pantanal favorece o contato com outros biomas brasileiros e faz dele um elo entra as duas maiores bacias hidrográficas da América do Sul ( do Prata e amazônica). Em função da localização, o Pantanal também funciona como um corredor biogeográfico e estimula e promove a dispersão da fauna e a flora.
O Pantanal é uma planície levemente ondulada de baixa altitude,de no máximo 200 metros, há várias chapadas ( Guimarães, Parecis, Ema etc) e serras (Araras, Maracaju, Bodoquena etc.) que formam uma espécie de barreira em toda a região. É dessas áreas do entorno, muitas delas de origem sedimentar, continuamente erodidas pela ação dos ventos e das águas, que se originam os sedimentos trazidos pelos rios e que são depositados na planície num processo contínuo de entulhamento.  Esses sedimentos ( areia e argila) depositados nas margens dos rios, lagoas e banhados, formam terrenos de aluvião( depósito de cascalho) muito permeáveis e constituem-se em elementos fertilizantes para o solo, fundamentais para a fauna e flora do bioma.
Quanto á hidrografia, todo o Pantanal faz parte da bacio do rio Paraguai e seus mais de cem afluentes. Com o degelo da cordilheira dos Andes, o rio Paraguai é um dos principais responsáveis pelas cheias do Pantanal. Isso porque ele é pouco profundo e possui um declive muito suave. Ao correr lenta e suavemente para o mar, a inclinação do ria a cada quilômetro é de cerca de cinco centímetros. Assim ,quando chove, a maior parte da água não escoa e faz transbordar os rios, inundando a planície.
O clima do Pantanal, é predominantemente tropical ( quente e úmido no verão, frio e seco no inverno)e apresenta características de continentalidade, com diferenças bem marcantes entre as estações seca e chuvosa. As diferenças entre os meses de chuva e os secos também marcam a vida e a economia do bioma.
Dezembro, janeiro e fevereiro são os meses mais quentes( temperaturas entre 27ºC e 40 ºC); julho e agosto são os meses mais frios ( temperaturas de 10ºC e 23ºC, chegando até próximo de zero, quando há penetração de frentes frias através dos pampas e do chaco).
De novembro a março, o Pantanal vive o período das cheias, quando o solo arenoso se encharca em poucos dias e não é mais capaz de absorver a água, e as depressões são inundadas, formando os banhados ( que ficam próximos aos rios, em áreas onde extravasam as água durante a enchente), as baías( que são as lagoas do Pantanal) e os corixos(pequenos cursos fluviais entra as baías). Em resumo: as partes mais baixas são inundadas periodicamente em função do aumento da rede hídrica, da baixa declividade da planície e da dificuldade de escoamento das águas pelo encharcamento do solo.
Nos períodos de chia, o Pantanal transforma-se em um imenso "mas interior", onde os rios, banhados e lagoas se misturam em mais de 100 mil km² que ficam alagados por meses a fio. Somente os terrenos mais elevados e os morro isolados sobressaem como verdadeiras ilhas com vegetação onde muitos animais se refugiam á procura de abrigo contra a subida das águas.
A partir de março, as chuvas começam a parar e o nível das águas começa a baixar. Entra julho e setembro, a água fica restrita aos leitos dos rios ou banhados e lagoas localizados nas partes mais baixas da planície. É o tempo da vazante, como os pantaneiros chamam a seca. Nessa época, as áreas que foram inundadas meses antes se tornam mais ricas em húmus, o que deixa a terra fértil. Algumas baías e lagoas secam. As lagoas permanentes costumam ter uma faixa de areia em volta e alta concentração se sais, acumulados pela evaporação. Por esse motivo recebem o nome de salinas.
No Pantanal, a seca não significa fome ou miséria. Significa apenas que os níveis das águas dos rios voltaram ao normal. Tanto nos meses de seca quanto nos meses de cheia, a vida no Pantanal é exuberante e surpreende.



Fotógrafo revela mundo de cores em gotas d'água; veja fotos


O alemão Markus Reugels captura o mundo por meio de gotas d'água. O fotógrafo amador, que trabalha como instalador de pisos de madeira, diz que suas imagens mostram coisas belas nas quais não pensamos na nossa vida diária ou que não conseguimos ver com nossos próprios olhos.
A ideia para a série "Refração" surgiu quando Reugels viu uma foto do Homem-aranha refletido em uma gota. Ele decidiu que queria produzir o mesmo tipo de fotografia.
Markus Reugels
Série "Refração", do alemão Markus Reugels, mostra situações rotineiras por meio de gotas d'água; veja fotos
Série "Refração", do alemão Markus Reugels, mostra situações rotineiras por meio de gotas d'água; veja fotos
"Achei que seria incrível colocar a Terra em uma única gota", disse ele à BBC Brasil.
Para alcançar o resultado, ele usa fotografia em alta velocidade e captura o momento exato em que a gota cai em frente a uma imagem, que pode ser a fotografia de um planeta, do símbolo de um super-herói ou uma imagem abstrata.
"A luz, a distância do mapa, tudo precisa estar perfeito. O elemento mais importante é a luz, porque ela dá profundidade à gota."
Reugels, 33, começou a fotografar três anos atrás porque queria tirar boas fotos para álbuns de família.
Com o tempo, a fotografia virou um hobby importante em sua vida, especialmente a macrofotografia.
Recentemente, ele tem experimentado com cores e com outros tipos de fotografias com água. Para ver mais imagens de Reugels, clique aqui.

Fonte: Folha.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fungo ataca nariz de morcegos e ameaça espécie na América do Norte


Um fungo já matou entre 5,7 milhões e 6,7 milhões de morcegos na América do Norte desde 2006, época em que foi detectado.
A cifra estimada anteriormente, segundo autoridades ambientais do país, era de 1 milhão de mortes entre 2006 e 2009. O aumento registrado dá a entender que o fungo mortal tem se proliferado de forma preocupante.
Ryan von Linden/NYDEC
Síndrome do nariz branco, como doença é conhecida, faz com que morcegos acordem nos períodos de hibernação
Síndrome do nariz branco, como doença é conhecida, faz com que morcegos acordem nos períodos de hibernação
O fungo Geomyces destructans ainda é pouco conhecido dos cientistas e causa uma doença chamada de "síndrome do nariz branco" (ou WNS, white nose syndrome, em inglês) por deixar um aro de pó branco sobre o nariz dos bichos infectados.
Doentes, os morcegos passam a se comportar de maneira errática. Despertam durante o período de hibernação no inverno e morrem de frio ou fome ao empreender voos em busca de insetos.
A síndrome foi identificada pela primeira vez em uma caverna em Albany, no Estado de Nova York, e desde então se espalhou para 16 Estados do noroeste e do sul dos EUA, além de quatro províncias canadenses.
IMPACTO NOS HUMANO
Biólogos explicam que o declínio dos morcegos pode ter impacto para os seres humanos. Isso porque a redução dos animais faz com que aumente a populações de insetos, base de sua alimentação, com consequências para o preço de alimentos e da madeira caso o cultivo seja afetado por pragas mais intensas.
Um estudo publicado na revista "Science" estimou, considerando as projeções de 2009 sobre a expansão da síndrome do nariz branco, que 1,3 mil toneladas métricas de insetos danosos aos cultivos não foram consumidas nos últimos três anos por conta na redução dos morcegos.
Preocupa ainda o fato de a síndrome do nariz branco ter uma mortalidade elevada --em algumas cavernas, o fungo causou a morte de 99% dos morcegos.
O alto número de morcegos mortos "mostra a gravidade da ameaça da síndrome do nariz branco, assim como o alcance do problema", afirmou Dan Ashe, diretor do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, que está monitorando os animais.
"Os morcegos contribuem com a economia americana por controlarem pestes naturais em plantações e bosques e têm um papel essencial ao ajudar no controle dos insetos que podem transmitir doenças."
"Em Estados como Nova York e Vermont e o sul de Ontário [Canadá], antecipamos que mais de 90% da população geral [de morcegos] será impactada", advertiu Jeremy Coleman, coordenador nacional de combate a doenças do Serviço de Pesca e Vida Selvagem.
ESTIMATIVAS
As cifras divulgadas pelo órgão foram compiladas a partir de dados de biólogos locais e de modelos matemáticos, para projetar as mortes de morcegos em áreas afetadas pelo fungo.
Como os morcegos são difíceis de serem vistos e contados, os especialistas recorreram a fotografias. "Os morcegos de Indiana, por exemplo, podem se reunir em grupos de até 300 em um metro quadrado. Assim, podem ser contados de forma muito mais precisa (por meio de) imagens digitais", explicou Coleman.
A esperança dos cientistas se concentra em algumas colônias ilhadas de morcegos no nordeste dos EUA, que estão saudáveis e não parecem ter sido afetadas pelo fungo.
Ainda assim, o avanço da doença supera todas as previsões. Para Mollie Matteson, da ONG norte-americana Centro de Diversidade Biológica, "as novas estimativas evidenciam o fato de que temos que fazer mais para monitorar a expansão da síndrome o mais rápido possível".

Fonte: Folha.com

Elefante de Sumatra pode desaparecer em menos de 30 anos


O elefante de Sumatra (Indonésia) desaparecerá "em menos de 30 anos" se ninguém impedir a destruição de seu habitat, advertiu nesta terça-feira a organização de proteção do meio ambiente WWF.
"Restam apenas de 2.400 a 2.800 elefantes de Sumatra em estado selvagem, o que representa uma queda da população de 50% em relação a 1985", indicou um comunicado da ONG.
Achmad Ibrahim/Associated Press
Elefantes de sumatra brincam em rio da Indonésia
Elefantes de sumatra brincam em rio da Indonésia; espécie corre risco de desaparecer
"Os cientistas acreditam que, se a tendência atual prosseguir, os elefantes de Sumatra desaparecerão em estado selvagem em menos de 30 anos", acrescenta a organização.
O animal está protegido por uma lei indonésia, mas é vítima da destruição acelerada de seu habitat.
A selva da ilha de Sumatra, no noroeste do arquipélago indonésio, está cada vez mais limpa para abrir espaço às plantações de palmas ou para áreas agrícolas.

Fonte: Folha.com

Proprietários de terra serão intimados por abrir crateras em Goiás


A Delegacia do Meio Ambiente de Goiás vai intimar proprietários de terra para conter o aumento das voçorocas, crateras provocadas por desmatamento e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático e "engolem" o que está ao redor.
Só no sudoeste do Estado, a polícia encontrou 50 novas voçorocas no ano passado, durante monitoramento feito via satélite e em sobrevoos na região. A maioria está em áreas particulares, no meio de pastagens ou em produções de soja, cana e milho.
Se os donos das terras não adotarem medidas como permitir a regeneração natural da área, serão indiciados sob suspeita de crime ambiental.
O delegado Luziano de Carvalho diz que eles não podem ser responsabilizados por provocar as voçorocas, mas responderão por impedir ou dificultar a regeneração do solo. A pena é de multa e até um ano de prisão.
A ideia é frear o crescimento das crateras que existem, já que não é possível recuperar as áreas erodidas.
Alan Marques/Folhapress
A voçoroca é uma cratera provocada por desmate e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático
A voçoroca é uma cratera provocada por desmate e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático
TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
A área dos buracos varia. A maior voçoroca conhecida --a Urtiga ou Urtigão-- tem 80 m de profundidade e 800 m de largura em alguns pontos, segundo o delegado.
A cratera fica no município de Mineiros e tem três quilômetros de extensão.
Uma das mais conhecidas é a Chitolina, no mesmo município, com 20 m de profundidade e 800 m de comprimento.
Originada nos anos 1980 e hoje sob controle, a cratera surgiu após chuvas intensas, segundo a pesquisadora Heloísa Filizola, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente.
O buraco surgiu com 120 m de comprimento, tamanho que dobrou no ano seguinte.
As voçorocas são mais comuns em locais de solo arenoso e surgem quando chove muito e a água não consegue se infiltrar no solo.
Enquanto não atingem os lençóis freáticos, são chamadas de ravinas.
São formados então fios de água que escoam de forma concentrada e transportam o solo junto com eles.
É possível encontrá-las também em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e na região Sul.
Mas para Filizola, Goiás deve ser hoje o Estado com mais voçorocas ativas (que podem aumentar) do país.
Segundo a Semarh (Secretaria do Meio Ambiente de Goiás), as chapadas também facilitam sua formação.
O Parque Nacional das Emas, na divisa com MT e MS, já sente os impactos de três incômodas vizinhas.
O trio de voçorocas leva solo e areia ao leito do rio Jacuba. Isso altera a qualidade da água e atinge animais que vivem ali, diz o diretor da unidade, Marcos da Silva Cunha.
A responsabilidade por multar os proprietários que permitem o avanço de voçorocas é do Ibama e da Semarh, que não souberam informar se fizeram esse tipo de autuação nos últimos anos.

Fonte: Folha.com

Satélites europeus encontram reserva de água doce no Ártico


Satélites da ESA (Agencia Espacial Europeia) localizaram um reservatório de água doce no oceano Ártico que está se expandindo e pode baixar a temperatura na Europa.
A descoberta, descrita na publicação científica "Nature Geoscience" de domingo (22), é importante pois significa que toda a água doce do oceano Ártico aumentou cerca de 10%, o equivalente a 8.000 quilômetros cúbicos.
Desde 2002, essa reserva que fica a oeste do Ártico subiu cerca de 15 centímetros. A elevação pode ter ocorrido pela ação dos ventos árticos que interferem na corrente oceânica Beaufort Gyre e que pode fazer com que o nível do mar se eleve.
A Beaufort Gyre é uma das correntes oceânicas menos compreendidas do planeta. Alguns cientistas acreditam ela possa sofrer influências do aquecimento global, com o risco de complicações na circulação do oceano e no aumento do nível do mar.

Fonte: Folha.com

Mais de 90 baleias-piloto encalham na Nova Zelândia


Mais de 90 baleias-piloto foram encontradas encalhadas na Nova Zelândia, o terceiro fato do tipo durante este verão, informam as autoridades locais.
Os cetáceos foram descobertos na manhã desta segunda-feira por um avião que sobrevoava uma remota praia de Golden Bay, ao norte das ilhas do Sul.
O dispositivo de resgate tentou que as baleias retornassem para águas mais profundas, embora a "confusão" dos mamíferos e a maré baixa tenha impedido o resgate, disse John Mason, diretor do Departamento de Conservação (DOC) da Nova Zelândia
Cerca de 50 pessoas, dez trabalhadores do DOC e 40 voluntários, foram para a região para manter os animais com vida, enquanto se espera a alta da maré para retomar as operações de resgate.
O diretor do organismo conservacionista explicou que é "incomum" que aconteçam três eventos do mesmo tipo durante um mesmo verão.

Fonte: Folha.com

Museu londrino expõe tecidos dourados feitos com teia de aranha


As maiores peças de roupa já fabricadas com seda de aranha serão expostas no Museu Victoria and Albert, em Londres, de 25 de janeiro a 5 de junho.
BBC Brasil
Museu expõe tecidos dourados que foram fabricados com teias de aranhas africanas; veja galeria de fotos
Museu expõe tecidos dourados que foram fabricados com teias de aranhas africanas; veja galeria de fotos
Uma elaborada capa bordada e uma echarpe de quatro metros de comprimento foram feitas inteiramente com a seda dourada de mais de um milhão de aranhas (Nephila madagascariensis) da ilha africana de Madagáscar.
Simon Peers e Nicholas Godley, que vivem em Madagáscar, decidiram criar o projeto em 2003.
A seda é produzida pelas fêmeas dos aracnídeos. Uma equipe de 80 homens e mulheres capturou as aranhas e coletou as teias para depois devolver os animais à natureza. O processo foi repetido todos os dias, por sete anos, para obter uma quantidade suficiente de seda dourada.
O tom dourado e o brilho dos tecidos são naturais da seda da aranha de Madagáscar. "Isso é fantasia, é magia. Atrai e encanta", diz Godley. "É um pouco de poesia, na verdade."
"Nós dois pensamos que essa era a coisa mais louca que poderíamos fazer e que ninguém teria feito antes", diz Peers, que admite ainda ter medo de aranhas.

Fonte: Folha.com

Arquiteto propõe edifício para abrigar vida selvagem; veja fotos


Em vez de usar o espaço urbano para construir estruturas apenas para os seres humanos, um arquiteto holandês resolveu pensar em projetos urbanísticos também para a vida selvagem.
"Quanto mais construímos, mais deslocamos a flora e a fauna", justificou o arquiteto J. Koen Olthuis.
Koen Olthuis/Waterstudio.NL
O edifício Sea Tree ("árvore marinha") serviria de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros
O edifício Sea Tree ("árvore marinha") serviria de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros
Daí a ideia de construir algo destinado apenas a animais e plantas. "Há pouco espaço nas cidades grandes, mas ainda podemos aproveitar a água", disse à BBC Brasil.
Assim surgiu a Sea Tree ("árvore marinha", em tradução livre), uma construção de cerca de 30 metros de altura (mais seis a oito metros sob a superfície) que tem como objetivo servir de refúgio para plantas, animais marinhos e pássaros, por exemplo.
A estrutura do projeto é semelhante à de uma usada para construir plataformas de petróleo no mar, mas serve para grandes rios e lagos urbanos.
O custo, estima, é de cerca de US$ 9 milhões (R$ 16 milhões). "Mas estamos tentando barateá-lo", acrescenta o arquiteto.
Olthuis argumenta que projetos como esse podem aumentar a fauna e flora das cidades grandes, ajudar a limpar rios poluídos e absorver a água da chuva.

Fonte: Folha.com

sábado, 21 de janeiro de 2012

Amazônia está emitindo cada vez mais gás-estufa


A Amazônia é importante para absorver gás carbônico e ajudar a combater o aquecimento global? O estudo mais recente sobre essa questão, que atormenta cientistas há décadas, aponta que ainda há dúvidas sobre se a região é mesmo um "sorvedouro" de carbono. Mas o trabalho conclui que o desmatamento e o aquecimento global estão gradualmente levando a região a se tornar mais uma fonte dos gases de efeito estufa do que um ralo para absorvê-los.
"Não sabemos de onde partimos, mas sabemos para onde estamos indo", disse à FolhaEric Davidson, cientista do Centro de Pesquisas de Woods Hole (EUA), que coordenou o trabalho.
"A mudança talvez seja de um sorvedouro de carbono forte para um sorvedouro fraco ou de uma fonte pequena de carbono para uma um pouco maior, talvez até cruzando essa barreira. Ainda não temos como estimar o fluxo líquido de carbono para toda a bacia Amazônica."
Editoria de arte/Folhapress
O estudo liderado por Davidson, publicado da edição da revista "Nature" nesta quinta-feira, foi um balanço dos quase 20 anos de pesquisas do LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o maior projeto de pesquisa em ecologia e geociências da região.
Mesmo sem uma resposta detalhada sobre essa questão estratégica, cientistas comemoram o fato de que os dados da iniciativa têm ajudado nas políticas de preservação da floresta.
"O LBA mostrou que em um período de forte estresse climático, como as secas de 2005 e 2010, a floresta se torna uma pequena fonte de carbono", diz Paulo Artaxo, geofísico da USP, também autor do estudo.
"Isso é importante porque a Amazônia tem em sua biomassa um reservatório de carbono equivalente a quase dez anos da queima mundial de combustíveis fósseis. Qualquer alteração nesse regime é significativa do ponto de vista da mudança climática."
Uma das conclusões que o LBA permitiu tirar é que, apesar de a Amazônia ser robusta o suficiente para suportar fatores individuais de estresse --secas, desmatamento e queimadas, entre outros--, a floresta pode não suportar todos ao mesmo tempo.
"Há sinais de uma transição para um regime dominado por perturbações", dizem Artaxo, Davidson e outros autores do trabalho.
MONITORAMENTO
Segundo o pesquisador brasileiro, um dos problemas em responder a questões complexas sobre o comportamento da floresta diante da mudança climática é que, apesar de ser o maior projeto de pesquisa na região, o LBA não é grande o suficiente.
"Temos 13 torres de fluxo [instrumentos para estudos atmosféricos] hoje em 5,5 milhões de km2. Seria um engano achar que 13 pontos de medida seriam capazes de representar uma área continental do tamanho da Amazônia", diz Artaxo.
"O país precisa ampliar esse sistema para monitorar não só a Amazônia, mas também outros biomas, como o cerrado e o Pantanal."

Fonte: Folha.com

Bioma Caatinga part03

Um bioma em processo de destruição

Pouco conhecida e desvalorizada, a caatinga sofre com a degradação. Estudos revelam que 59% da vegetação original já sofreu algum tipo de modificação em razão de atividades humanas. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária, o que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo.
O uso excessivo para o pastoreio e a salinização do solo, em consequência de irrigação mal conduzida, aliados às causas naturais, como a escassez de chuvas em muitas áreas, também estão entra as principais razões da degradação da caatinga. Um exemplo é a agricultura de irrigação que avança ao longo do rio São Francisco, em municípios como Juazeiro e petrolina, áreas que se tornaram exportadoras de frutas tropicais e que estão sob grande pressão.
Outro fator agravante é que 30% da poluição que vive na caatinga obtêm anergia para as residências por meio do consumo de lenha e carvão vegetal, na maioria das vezes extraídos sem a preocupação com o ambiente. As siderúrgicas e as olarias também são responsáveis por esse processo, devido ao corte da vegetação nativa para a produção de lenha e carvão.
O instituto Socioambiental alerta que a caatinga passa por uma desertificação que já atinge 181 mil km²
A conservação da caatinga suscita muitos cuidados. No entanto, o bioma tem menos de 2% de seu área com proteção integral de uso. Dentre as áreas de estrema importância biológica a chapada do Araripe e o Paruqe Nacional da Serra da Capivara

 Desertificação da Caatinga

Cientistas estudam feições de macacos para entender evolução da espécie


Pesquisadores da UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, analisaram 129 caras de macacos da América Central e do Sul em busca de pistas sobre a evolução das espécies.
J L Alfaro/UCLA
Macacos que vivem entre espécies semelhantes têm feição mais simples; veja galeria de fotos
Macacos que vivem entre espécies semelhantes têm feição mais simples; veja galeria de fotos
Segundo o professor Michael Alfaro, a equipe quer entender por que os macacos desenvolveram aspectos tão diferentes com cores e tamanhos de pelos distintos.
Eles classificaram as feições em 14 grupos e estudaram os sistemas sociais de cada macaco para então estudar a evolução: quando cada gênero começou se diferenciar dos demais. O resultado da pesquisa surpreendeu os cientistas.
"Encontramos fortes evidências de que, quando uma espécie vive em grupos mais numerosos, as faces são mais simples", disse a pesquisadora Sharlene Santana.
"Acreditamos que isso está relacionado com a habilidade de comunicação mediante expressões faciais. Uma cara mais simples permite transmitir expressões de uma forma mais fácil e clara."
Os estudiosos descobriram ainda que, quando os macacos vivem em ambientes com outras espécies semelhantes, os rostos são mais complexos para permitir a identificação de cada um deles.
Alfaro diz que os humanos não possuem características tão diversas como foi verificado nos animais, mas os humanos são capazes de comunicar emoções através de uma grande diversidade de expressões faciais.
Detalhes sobre o estudo serão publicados na revista "Royal Society Journal, Proceedings B".

Fonte: Folha.com

Dióxido de carbono afeta sistema nervoso dos peixes, diz estudo


As crescentes emissões de dióxido de carbono (CO2) podem afetar o cérebro e o sistema nervoso central dos peixes marinhos, com sérias consequências para a sua sobrevivência, revelou um estudo publicado na segunda-feira (16).
Segundo a pesquisa, as concentrações de CO2 estimadas para o fim deste século vão interferir na habilidade dos peixes de escapar de predadores.
O ARC (sigla de Centro de Excelência para Estudos de Recifes de Coral) informou que testou o desempenho de peixes jovens em água do mar com altos níveis de CO2 dissolvido ao longo dos anos.
"Agora está bem claro que eles sofrem uma alteração significativa em seu sistema nervoso central, podendo prejudicar suas chances de sobrevivência", disse o professor que divulgou as descobertas, Phillip Munday.
Em artigo publicado na revista "Nature Climate Change", Munday e colegas também detalharam o que afirmam ser a primeira evidência no mundo de que os níveis de CO2 na água do mar afetam um receptor cerebral chave nos peixes, provocando mudanças marcantes em seu comportamento e habilidades sensoriais.
A equipe de cientistas começou a estudar o comportamento de crias de peixe-palhaço e peixes-donzela ao lado de seus predadores em um ambiente de água enriquecida com CO2.
Eles descobriram que, enquanto os predadores eram pouco afetados, os filhotes apresentaram um desgaste muito maior.
"Nosso trabalho inicial demonstrou que o sentido do olfato em filhotes de peixes foi afetado pela presença de mais CO2 na água, o que significa que eles tiveram mais dificuldade de localizar um coral para se abrigar ou detectar o alerta de um peixe predador", disse Munday.
A equipe, então, examinou também a capacidade dos peixes de localizar e ocupar recifes à noite e evitá-los durante o dia, para ver se ela foi afetada.
"A resposta é sim. Eles ficaram confusos. Ser atraído pelos corais à luz do dia os tornaria presas fáceis para os predadores", acrescentaram os pesquisadores.
O estudo mostrou, ainda, que os peixes também tendem a perder o instinto natural de virar para a direita ou a esquerda, um importante fator de comportamento adquirido.
"Tudo isto nos levou a suspeitar que o que estava acontecendo não era simplesmente um dano ao seus sentidos individuais, mas, ao contrário, que níveis mais altos de CO2 estavam afetando o sistema nervoso central como um todo", acrescentou.
Munday afirmou que 2,3 bilhões de toneladas de emissões de CO2 são dissolvidos anualmente nos oceanos do mundo, provocando mudanças na química da água na qual vivem os peixes e outras espécies.

Fonte: Folha.com

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Encontrado primeiro tubarão híbrido


Shark2

Este tubarão híbrido contém tanto o DNA do tubarão-de-ponta-negra comum quanto o do australiano. Crédito: Getty Images. Na última terça-feira, cientistas afirmaram que descobriram o primeiro tubarão híbrido do mundo em águas australianas, um provável sinal de que os predadores podem estar se adaptando às mudanças climáticas.

O cruzamento do tubarão-de-ponta-negra comum com o australiano foi uma descoberta sem precedentes que atinge todo o universo dos tubarões, como destaca o pesquisador Jess Morgan.
“É surpreendente porque ninguém nunca viu tubarões híbridos antes. Não é uma ocorrência comum em nenhum aspecto”, disse Morgan, da Universidade de Queensland.
 “É a evolução em ação”.
Colin Simpfendorfer, da Universidade James Cook e parceiro na pesquisa de Morgan, disse que os primeiros estudos sugerem que a espécie híbrida é relativamente robusta e que há 57 espécimes de gerações diferentes.
A descoberta foi feita durante um processo de catalogação da costa leste da Austrália em que testes genéticos mostraram que alguns tubarões tinham características físicas de uma espécie, apesar de pertencerem geneticamente a outra.
O tubarão-de-ponta-negra australiano é um pouco menor que o comum e só consegue viver em águas tropicais, mas a espécie híbrida foi encontrada a 2 mil quilômetros da costa, em águas mais frias.
 Isso significa que o tubarão-de-ponta-negra australiano pode estar se adaptando para garantir sua sobrevivência à mudança de temperatura da água provocada pelo aquecimento global.
“O cruzamento com a espécie comum permite que os animais sobrevivam em águas mais frias, então seu efeito é a colonização”, ressalta Morgan.
“Isso permitiu que uma espécie restrita aos trópicos chegasse a águas mais temperadas”.
A equipe acredita que as mudanças climáticas e a pesca sejam alguns dos prováveis causadores da aparição dos tubarões. Há planos de um mapeamento genético para que seja possível examinar se o processo de cruzamento é antigo e só foi descoberto agora ou se é um fenômeno recente.
Se os híbridos forem mais fortes que os animais da espécie pura – mais bem adaptados ao meio – poderão substituir os antepassados de sangue puro, destaca Simpfendorfer.
 “Não sabemos se este é o caso, mas sabemos que isso é viável, que eles se reproduzem e que há múltiplos descendentes híbridos pelo que encontramos no mapa genético desses animais”, disse.
“Sem dúvida, esses animais parecem muito bem adaptados”.
 O número de híbridos é abundante, representando até 20% da população de tubarões-de-ponta-negra em algumas áreas. Mas Morgan disse que, aparentemente, esse fato não implica na diminuição dos indivíduos de sangue puro, o que é ainda mais misterioso.
Simpfendorfer disse que o estudo, publicado no fim do mês passado na Conservation Genetics, poderia desafiar ideias tradicionais de como tubarões costumavam se desenvolver e continuam se desenvolvendo. “Nós achávamos que entendíamos como as espécies de tubarões haviam se dispersado, mas isso nos mostra que provavelmente não compreendemos todos os mecanismos que mantêm as espécies de tubarões dispersas”, ressaltou.
“Fato é que isso pode estar acontecendo em outras espécies, além dessas duas”.
Fonte: Discovery Brasil

Bioma Caatinga part02

Plantas e animais: a caatinga pouco conhecida

Segundo o Instituto Socioambiental, existem 12 diferentes tipos de "caatingas" e ambientes associados. Mas a vegetação mais importante e onipresente no bioma caatinga é a savana estépica. Essa vegetação é composta por espécies xerófilas, gramíneas, pequenas árvores, arbustos e muitas plantas espinhosas pontilhadas de cactáceos e bromélias. As folhas, em geral, são finas ou inexistentes. É assim que a paisagem retrata os rigores da secura, do calor e da luminosidade tropicais.
Algumas plantas da caatinga armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Há as que contam com recursos para diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. Algumas das espécies mais comuns são amburana, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e aroeira juazeiro.
Como já afirmamos, a caatinga não apresenta uma paisagem homogênea. Segundo o IBGE, "as variações fisionômicas da caatinga verificam-se não só de um lugar para outro como também em um mesmo local, conforme as estações do ano. Numa época a caatinga esta despida, cinzenta e espinhosa, em outra está encoberta de imenso e novo verde que emana da enorme quantidade de pequenas folhas."
Apesar do clima semiárido dos solos rasos e pedregosos, a caatinga é pontilhada por " ilhas de umidade", os chamados brejos. De solo muito fértil e pequenas florestas de aspecto tropical, eles localizam-se em alguns trechos das serras.
Embora não totalmente conhecida, a caatinga é rica em biodiversidade vegetal e animal. Há cerca de 932 espécies de plantas, das quais 323 são endêmicas, perfeitamente adaptadas à seca com seus órgãos especiais para armazenar água.
Estudos mostram que as aves são o grupo mais conhecido do bioma. Foram registradas 510 espécies, como o acauã e o gavião-predador-de-serpentes, cujo canto é considerado um prenúncio de chuva. O número de répteis e anfíbios foi estimado em 154 e o de mamíferos em 148.Apesar dos rios temporários, da contaminação das águas e do desmatamento das matas ciliares, foram registradas 325 espécies de peixes.

 Cactos

 Aroeira do mato.


sábado, 14 de janeiro de 2012

Emissões de CO2 atrasarão nova Era Glacial, diz estudo

Impressão artística da fauna na região da atual Espanha durante a última Era Glacial
As emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela ação do homem terão o efeito de retardar o início da próxima Era Glacial, segundo afirma um novo estudo.
A última Era Glacial terminou há 11.500 anos, e os cientistas vêm há tempos discutindo quando a  próxima começaria.                                                              


Os pesquisadores usaram dados da órbita da Terra e outros itens para encontrar o período interglacial mais parecido com o atual.
Em um artigo publicado na revista Nature Geoscience, eles afirmam que a próxima Era Glacial poderia começar em 1.500 anos, mas que isso não acontecerá por causa do alto nível de emissões.
“Nos atuais níveis de CO2, mesmo se as emissões parassem agora teríamos provavelmente uma longa  duração interglacial determinada por quaisquer processos de longo prazo que poderiam começar para reduzir o CO2 atmosférico”, afirma o coordenador da pesquisa, Luke Skinner, da Universidade de Cambridge.
O grupo de Skinner, que também inclui cientistas da University College London, da Universidade da Flórida e da Universidade de Bergen, na Noruega, calcula que a concentração atmosférica de CO2 deveria cair para menos de 240 partes por milhão (ppm) para que a glaciação pudesse começar.
O atual nível de CO2 é de cerca de 390 ppm, e outros grupos de pesquisadores já mostraram que mesmo se as emissões parassem instantaneamente, as concentrações se manteriam elevadas por pelo menos mil anos, o suficiente para que o calor armazenado nos oceanos provocasse potencialmente um significativo derretimento do gelo polar e o aumento do nível do mar.

Ciclos de Milankovitch

A causa básica das transições entre as Eras Glaciais e os períodos interglaciais são as variações sutis na órbita terrestre conhecidas como ciclos de Milankovitch, descritas pelo cientista sérvio Milutin Milankovitch há quase um século.
Essas variações ocorrem em períodos de dezenas de milhares de anos.
Iceberg descongelando
Derretimento do gelo contribui para lançamento de dióxido de carbono na atmosfera

A maneira precisa como elas mudam o clima da Terra entre os períodos interglaciais, mais quentes, e as Eras Glaciais a cada 100 mil anos mais ou menos não é conhecida.
Por si só, as variações não são capazes de levar a uma diferença de temperaturas de cerca de 10 graus Celsius entre a Era Glacial e o período interglacial.
As pequenas variações iniciais são amplificadas por vários fatores incluindo o lançamento de dióxido de carbono na atmosfera quando o aquecimento começa e a absorção do gás pelos oceanos quando o gelo se forma novamente.
Também está claro que cada transição é diferente das anteriores, porque a combinação que precisa de fatores orbitais não se repete exatamente – apesar de condições muito semelhantes acontecerem a cada 400 mil anos.
As diferenças de um ciclo para o seguinte seriam a razão de os períodos interglaciais não terem sempre a mesma duração.
"""
O ritmo de mudança com o CO2 é basicamente sem precedentes, e há enormes consequências se não pudemos lidar com isso"
Luke Skinner, da Universidade de Cambridge, coordenador da pesquisa

Usando análises de dados da órbita terrestre, além de amostras de rochas retiradas do fundo do oceano, a equipe de Skinner identificou um episódio chamado Estágio Marinho Isótopo 19c (ou MIS19c), há 780 mil anos, que mais se parece com o presente.
Segundo eles, a transição para a Era Glacial foi sinalizada por um período quando o esfriamento e o aquecimento se revezaram entre os hemisférios norte e sul, provocados por interrupções na circulação global de correntes oceânicas.
Se a analogia ao MIS19c for correta, essa transição deveria começar em 1.500 anos, segundo os pesquisadores, se as concentrações de CO2 estivessem em níveis “naturais”.

Endosso

As conclusões mais amplas dos pesquisadores foram endossadas por Lawrence Mysak, professor-emérito de ciências atmosféricas e oceânicas na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, que também investigou as transições entre as Eras Glaciais e os períodos interglaciais.
“A questão-chave é que eles estão olhando para 800 mil anos atrás, o que é duas vezes o ciclo de 400 mil anos, então eles estão olhando para o período correto em termos do que poderia ocorrer sob a ausência de forças antropogênicas”, disse ele à BBC.
Mas ele sugeriu que o nível de 240 ppm de CO2 para provocar a próxima glaciação poderia ser muito baixo. Outros estudos sugeriram que esse nível poderia ser 20 ou até 30 ppm mais alto.
“Mas em todo caso, o problema é como chegamos a 240, 250 ou o que quer que seja? A absorção pelos oceanos leva milhares ou dezenas de milhares de anos, então não acho que seja realista pensar que veremos a próxima glaciação na escala natural”, explicou Mysak.

Oposição

Chaminé na China
Grupos que se opõem à limitação das emissões dizem que elas podem evitar nova Era Glacial

Grupos que se opõem à limitação das emissões de gases do efeito estufa já citam o estudo como uma razão para apoiar a manutenção das emissões humanas de CO2.
O grupo britânico Global Warming Policy Foundation, por exemplo, cita um ensaio de 1999 dos astrônomos Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe, que argumentavam: “A volta das condições da Era Glacial deixariam grandes frações das maiores áreas produtoras de alimentos do mundo inoperantes, e levaria inevitavelmente à extinção da maioria da população humana presente”.
“Precisamos buscar um efeito estufa sustentado para manter o presente clima mundial vantajoso. Isso implica a habilidade de injetar efetivamente gases do efeito estufa na atmosfera, o oposto do que os ambientalistas estão erroneamente defendendo”, dizem.
Luke Skinner e sua equipe já antecipavam esse tipo de reação.
“É uma discussão filosófica interessante. Poderíamos estar melhor em um mundo mais quente do que em uma glaciação? Provavelmente sim”, observa ele.
“Mas estaríamos perdendo o ponto central da discussão, porque a direção em que estamos indo não é manter nosso clima quente atual, mas um aquecimento ainda maior, e adicionar CO2 a um clima quente é muito diferente de adicionar a um clima frio”, diz.
“O ritmo de mudança com o CO2 é basicamente sem precedentes, e há enormes consequências se não pudemos lidar com isso”, afirma.


Fonte: BBC Brasil