domingo, 24 de janeiro de 2010

Lixo jogado nas ruas é uma das principais causas de enchentes em SP

Os piscinões que deverias ser a solução do problema de enchentes em São Paulo amanheceu coberto de lixo. Só no Ceagesp foram recolhidas toneladas de detritos.


             A água ainda não baixou porque as bombas responsáveis por tirar a água que se acumula com o excesso de chuva estavam com defeito desde a madrugada de quinta-feira.

             Pela marca na parede, percebe-se que a água passou de dois metros de altura. As máquinas trabalham, mas ainda tem água.
             Os piscinões que deverias ser a solução do problema de enchentes em São Paulo amanheceu coberto de lixo. Só no Ceagesp foram recolhidas toneladas de detritos.
              Esse lixo jogado nas ruas é uma das principais causas de enchentes.
              Represa Guarapiranga, 17 quilômetros de extensão. Segundo maior sistema produtor de água de São Paulo que abastece 20% dos paulistanos.
              Cidade de São Paulo, dezessete mil toneladas de lixo por dia. Um quilo e meio para cada morador que nem sempre se preocupa em fazer a coisa certa.
               Na rua, os coletores encontram sofá, cabeceira de cama, colchão, tudo jogado. Trabalho que às vezes machuca. “Isso foi uma madeira pesada que eu fui jogar, muito pesada e acabou machucando o braço. Tem que tirar, se não tirar pode entupir o bueiro, o córrego”, fala Jucélio Soares, ajudante geral.
               O trabalho do pessoal que faz a limpeza da represa Guarapiranga é feito numa embarcação. São quatro coletores que ficam das sete da manhã até as quatro da tarde só recolhendo o lixo que encontram na represa.
               Em 9 horas de jornada, eles encontram de tudo: cabeceira de cama, lâmpada, bolsa, tênis, pneu, almofada e muitas garrafas plásticas. Algumas tão sujas que nem os coletores de reciclagem aceitam.
               É tanto lixo estranho que foi criado até um museu: impressora, televisão, toca discos, móveis, fogão... Tudo o que foi encontrado nas águas da Guarapiranga.
               No ponto de encontro da represa com um córrego é onde há uma concentração maior de lixo. Os coletores nem conseguem descer do barquinho para recolher. Eles usam a rede e rapidamente ela fica cheia.
               Lixo na represa deixa a água mais suja e cara. Embaixo fica uma parte do sistema de captação da água. O lixo interfere na produção de água tratada.
               Cada pedaço de plástico ou sujeira que para na grade de tratamento vai reduzindo volume de água captado. Aí, o sistema tem que gastar mais energia para manter o mesmo volume.
               “Quanto mais lixo, mais caro, mais difícil tratar a água”, explica Gesner Oliveira, presidente da Sabesp.
                Em três anos foram retiradas 132 toneladas de lixo da represa. Dá para encher duzentos e oitenta e três caminhões. Por incrível que pareça técnicos e coletores estão otimistas. Eles dizem que o lixo está diminuindo e tem esperanças. “Se continuar, com certeza vamos alcançar”, diz José Evanildo, coletor.

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