sábado, 10 de dezembro de 2011

Bioma Mata Atlântica part 04

Um pouco de história

A devastação da mata atlântica ocorreu paralelamente aos ciclos econômicos pelos quais o Brasil passou desde 1500. O primeiro foi a extração de pau-brasil pelos europeus, atividade que durou quase até a sua extinção, durante os séculos XVI e XVII. No mesmo período, as terra férteis da mata atlântica no Nordeste eram utilizadas para o cultivo de cana-de-açúcar. A madeira retirada servia para a confecção dos fornos à lenha usados nos engenhos e dos caixotes utilizados no embarque do produto para a Europa. Durante décadas, enquanto os senhores de engenho enriqueciam, a mata empobrecia.
Pastagens, plantações e cidades foram tomando o lugar da mata durante todo o século XVII. A descoberta de ouro em Minas Gerais ( século XVIII ) também contribuiu para a degradação desse bioma. Mas foi no final do século XVIII que teve início um período de desmatamento em larga escala, com a introdução da cultura cafeeira, atividade que se expandiu durante todo o século XIX. No Sudeste, a Mata Atlântica deu lugar a cafezais, principalmente em São Paulo. No rastro do café surgiram as ferrovias, grandes consumidoras de madeira para os dormentes e o povoamento do interior. Atualmente, no estado de São Paulo, onde havia uma extensa área de mata, há imensos canaviais com usinas de álcool.
Esse modelo de ocupação, que remonta ao colonizadores portugueses, estabeleceu a fixação da população nas proximidades da costa. Atualmente, cerca de 120 milhões de brasileiros vivem nas áreas abrangidas pelo bioma, e a pressão sobre ele segue por todos os lados. No Sul do país, por exemplo, a mata de araucárias está próxima da extinção. No Paraná, restam apenas 0.8% da área original. Além da expansão para áreas de cultivo, a produção de papel, celulose e móveis está por trás desse trágico senário.



Por que recuperar a mata atlântica ?

Para criar apenas alguns motivos, é a mata atlântica que: possibilita o abastecimento de água para milhares de habitantes de regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador; protege e regula o fluxo de mananciais hídricos que abastecem mais de 3 mil municípios; garante a fertilidade do solo; controla o clima local; abriga uma rica diversidade biológica.
A mata atlântica ainda abriga grande diversidade cultural; povos indígenas, caiçaras, quilombolas, roceiros, caboclos ribeirinhos, entre outros.
A sua conservação começou a se debatida na década de 1980, quando ainda pouco se falava sobre preservação dos biomas nacionais. Na época, algumas organizações ambientalistas, como a SOS Mata Atlântica, foram criadas para defender o bioma. Em 1988, a mata atlântica recebeu o título de Patrimônio Nacional; em 1991, a Organização das Nações Unidas (ONU) a declarou Reserva da Biosfera.
Apesar de a floresta estar começando a rebrotar lentamente em forma de mata secundária, apenas 3% de área do bioma está protegida em unidade de conservação de proteção integral, o que nos leva a concluir que   ainda há muito a ser feito: criação de mais unidades de conservação; recuperação de áreas degradadas;  promoção de certificação florestal; criação de áreas protegidas em torno de reservatório e mananciais etc.
Além disso tudo, um medida muito importante é a criação do corredores ecológicos, que realizariam a ligação entra as áreas fragmentadas da mata atlântica e seriam auxiliares na preservação de todos os biomas brasileiros, pois favoreceriam a expansão do habitat e a troca de material genético, com consequente fortalecimento do processo de preservação das espécies.

Reflita
Palmito - alimento natural
A exploração sem controle do palmito causa problemas na floresta. Cada muda demora oito anos para crescer e seus frutos servem de alimento para muitos animais. Atualmente, existem plantações de palmito sem fazendas, o que ajuda a sua manutenção e sobrevivência na floresta.
Estudos ambientais indicam que o desmatamento criminoso e a  retirada indiscriminada ( sem manejo florestal) para uso industrial responde pela derrubada significativa de muitas dessas árvores.

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