quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Nasa acha o planeta mais similar à Terra

Kepler-22b orbita estrala de tipo G, o mesmo do Sol, e fica em região onde pode existir água em estado líquido.
A Nas acaba de confirmar a existência do que provavelmente é o planeta mais parecido com a Terra já descoberto. Batizado de Kepler-22b, ele fica na chamada zona habitável - onde pode haver água líquida -  de uma estrela de mesmo tipo do Sol. A descoberta é do Telescópio Espacial Kepler, projetado justamente para "caçar planetas" parecidos com a Terra e, quem sabe com potencial de abrigar vida.
O Kepler-22b, por enquanto, preenche o primeiro requisito: a possibilidade de ter água. Ele orbita em região "aconchegante" de uma estrela do tipo G, como o Sol, embora pouco mais fria. Essa posição - mais ou menos no meio da zona habitável da estrela- é bastante parecida com a que a Terra ocupa no Sistema Solar.
"As características desse novo planeta fazem dele uma grande descoberta. Uma das maiores de Kepler até agora", disse Carolina Chavero, pesquisadora de astronomia e astrofísica no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
Parece, mais não é - O novo planeta fica a 600 anos-luz de distância da Terra e tem raio 2,4 vezes maior que o terrestre. O tempo que ele leva para completar uma volta em torno de sua estrela, porém, não é tão diferente: 290 dias contra os 365 da Terra.
" O tempo da órbita é uma informação bem importante, porque ajuda a estimar as condições do planeta. Se uma órbita é muito curta, isso significa que ele está muito próximo à estrela, o que o torna muito mais quente", explica Carolina Chavero.
Para localizar o planeta, o Kepler usa o chamado método de trânsito. Ele observa a estrela a partir de um ponto. Se houver um planeta orbitando esse astro, quando ele passar em frente ao ponto de "visão" do telescópio, haverá uma mudança ( muito sutil) no brilho da estrela. A partir da duração dessa "piscada" da estrela, e também pela intensidade do brilho, é possível estimar dados como o tamanho e a órbita do novo planeta.
Para saber com mais precisão detalhes como a massa do planeta - o que ajudaria a decifrar se ele é rochoso como a Terra ou gasoso -, os pesquisadores usam também outros métodos. No caso do Kepler-22b, essas outra informações ainda são desconhecidas dos cientistas.
Kepler - Lançado em 2009, o Kepler inaugurou uma nova era na busca por planetas. O telescópios de US$ 600 milhões encontrou 2.326 candidatos a planeta após analisar 16 meses de observação. Os últimos foram 1.094 anunciados, no segundo grande "lote" de descobertas.
Até agora, o telescópio já encontrou 207 candidatos a planeta com tamanho mais ou menos como o da Terra. Para serem confirmados, porém, ele precisam de observações suplementares. Muitos especialistas estimam que cerca de 80% dos candidatos localizados pelo Kepler serão confirmados. Até agora, porém, foram somente pouco mais de 20.
"Estamos em uma era em que a astronomia produz um volume de dados enorme. Boa parte do que telescópios como o Kepler produzem ainda não pode ser analisada como deveria. Quem sabe o planeta gêmeo da Terra já foi observado e nós nem nos demos conta?", disse Chavero.

Fonte : Folha de São Paulo.


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