sábado, 26 de dezembro de 2009

Sucuri é salva de incêndio no Pará

Foi preciso mais de dez homens para tirar e carregar a cobra da área atingida pelo fogo. Há suspeita de que caçadores de animais tenham feito fogueiras na mata. O incêndio já dura mais de dez dias.


                 Foi preciso mais de dez homens para tirar e carregar a cobra da área atingida pelo fogo. Há suspeita de que caçadores de animais tenham feito fogueiras na mata. O incêndio já dura mais de dez dias.

Polvo usa cascas de coco como esconderijo

Cientistas encontraram, nas águas da Indonésia, uma espécie de polvo que faz coisas que os humanos fazem. É um bichinho inteligente.


              O polvo foi filmado pegando cascas de coco no fundo do mar. Depois ele as carrega embaixo do corpo por mais de vinte metros e junta duas delas para fazer um esconderijo.

               Para os cientistas, esse comportamento sofisticado é a primeira evidência do uso de ferramentas por um animal invertebrado.

Buraco na camada de ozônio faz bem para a Antártida

Os cientistas perceberam que está é uma proteção para o meio do continente do aquecimento global.


                Não precisa ser cientista para perceber que o clima no planeta mudou. A gente mesmo nota que o tempo está diferente. Faz frio demais e esquenta demais.

                Esse desequilíbrio se repete no mundo inteiro. Veja só a situação na Antártida. O centro do continente continua gelado, mas o gelo nas extremidades está derretendo.
                Os cientistas perceberam que o buraco na camada de ozônio está protegendo o meio do continente do aquecimento global. O buraco na camada de ozônio, que superaquece o planeta, protege o centro da Antártida do calor.
                Há 11 anos, a estação antártica brasileira não enfrentava tanto frio na primavera. Parece que o inverno não terminou.
                O frio fora de hora trouxe mudanças na rotina na base. Um dos barcos de pesquisa ainda está preso no gelo. Os banhos estão racionados.
                "A água é coletada em dois lagos na península. A água congelou e ficamos sem água na estação", falou Glênio Borges, chefe da EACF.
                 Biólogos gaúchos estão preocupados. Eles viajaram 3,6 mil quilômetros para estudar as skuas, que, nessa época, deveriam estar se reproduzindo.
                “A maioria das aves ainda não fez ninho nem colocou ovos por causa dessa condição climática”, falou César Rodrigo dos Santos, biólogo Unisinos.
                  A estação brasileira fica na península Antártica. Apesar do inverno prolongado deste ano, essa é um das áreas mais afetadas pelo aquecimento do planeta. Noventa por cento das geleiras estão diminuindo.
                  A população de pinguins-de-adélia caiu 80%. O principal alimento deles, o camarão chamado kril, sumiu da região. Tudo reflexo do efeito estufa.
                Há 16 anos, Heber Passos vai à estação brasileira. Ele mora num container, de onde monitora vários equipamentos de medição do tempo. “A gente tem velocidade e direção do vento, que fica em cima. Na parte de baixo, tem a acumulação de neve”, explicou.
               Dados como esses são registrados em diversas estações de pesquisa e ajudam meteorologistas a entender o que acontece na Antártida. Enquanto a parte oeste esquenta, o interior do continente está cada vez mais frio. Há anos os cientistas tentavam entender porque isso acontece. Só agora surgiu uma explicação.
             “A existência do buraco na camada de ozônio está evitando que o aquecimento global chegue a esse continente”, esclareceu Jefferson Simões, glaciologista da UFRGS.
              Durante muito tempo se acreditou que o buraco na camada de ozônio poderia aquecer o continente gelado. Mas em novembro o Comitê Científico Internacional de Pesquisas Antárticas revelou que na verdade o buraco funciona como um imenso refrigerador.
              O ozônio é um gás que absorve a radiação ultravioleta do sol. Sem ele, a atmosfera sobre a Antártida recebe menos calor e acaba formando um rodamoinho de ventos intensos que resfriam o centro da Antártida e isolam essa área do aquecimento global.
              Mas o buraco na camada de ozônio está diminuindo e isso deve afetar e muito as temperaturas na Antártida.
             "Nos próximos 50 a 100 anos o buraco deve voltar ao tamanho natural. Agora, a proteção que o buraco trouxe para a região Antártica, na questão do efeito estufa, pode deixar de acontecer. Para entendermos isso melhor a gente vai precisar continuar com os estudos ao longo dos próximos anos", alertou Luciano Marani, pesquisador do INPR.

Mar avança e some com praias e casas do litoral brasileiro

A destruição provocadas pelo mar em vários pontos do litoral brasileiro levanta uma pergunta: será que o nível dos oceanos já está aumentando por causa do efeito estufa?


             Em Jaboatão dos Guararapes a fúria das ondas engoliu áreas de lazer e garagens de vários edifícios. No Recife nem os diques artificiais conseguiram impedir o avanço das ondas. Alguns trechos da Praia de Boa Viagem desapareceram nos últimos 14 anos.

             Olinda, perdeu mais da metade das praias e algumas ruas, como mostrou o repórter Francisco José em 1994. A invasão do mar na cidade de Olinda começou na década de 50.
             Em um dos locais havia uma rua, mas o mar destruiu todas as casas. Ainda há ruínas lá dentro d´água. Só em um dos ponto o mar avançou mais de 100 metros.
             O calçadão de concreto não resistiu ao impacto das ondas na Praia do Janga, em Paulista, na região metropolitana do Recife. Toda a área foi recuperada em 2003, quando a prefeitura decretou situação de emergência. Agora, o problema volta a preocupar moradores e banhistas.
            "Você tem uma combinação desse elevado grau de ocupação humana e de características geofísicas de terreno, de ação do oceano que faz com que essas regiões se tornem mais vulneráveis que outras regiões da costa brasileira", afirma o Pesquisador da UFPE, Moacir Araújo.
             Em Barra de Santo Antônio, litoral de Alagoas, o mar avançou quase 100 metros em menos de duas décadas. Toda essa área, hoje inundada, já foi
             Em abril do ano passado foi a vez de um prédio de quatro andares projetado para ser um hotel de 48 quartos. Sobraram só ruínas.
             "É muito cedo para afirmar uma correlação, com certeza, entre aquecimento global e erosão costeira, já que a erosão costeira deve-se e é apontada em locais onde a urbanização é mais intensa, onde as construções e a ocupação se dá muito perto da linha d´água", explica a geógrafa da Universidade Federal do Espírito Santo, Jacqueline Albino.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Reprodução da vida marinha diminui 25% no planeta

O alerta vem de Copenhague. A culpa é do gás carbônico liberado na atmosfera, dizem os cientistas no encontro sobre o clima. A reportagem é dos enviados especiais à Dinamarca, Sônia Bridi e Paulo Zero


        De novo a culpa é dos combustíveis fósseis, que quando queimados liberam gás carbônico ou dióxido de carbono. Parte desses gases vai para a atmosfera, provocando o efeito estufa.

        Outra parte precipita, cai nos mares, e deixa a água mais ácida. Cerca de 30% mais do que antes da Revolução Industrial.
        Essa acidez interfere com o sistema natural de navegação das baleias e golfinhos. Eles usam o som para se localizar, e o som ele viaja mais rápido e mais longe em águas ácidas.
        Além disso, afeta toda a vida marinha, porque prejudica fortemente a produção de plânctons, organismos muito pequenos que estão na base da alimentação nos mares.
        Algas e pequenos crustáceos podem não resistir, e como elas alimentam as espécies que servem de alimento para nós, humanos, como as sardinhas e o salmão, essas espécies correm risco de extinção.
        Para garantir que esse alerta não vai ficar confinado nas paredes do centro de convenções de Copenhague, os cientistas mandaram imprimir 32 mil cópias do relatório, que serão distribuídas a governantes e legisladores no mundo inteiro.
        Os primeiros a receber serão os senadores americanos, que ainda não aprovaram um projeto com metas de redução dos gases.

Conferência de Copenhague

      O mundo inteiro estava apostando nesta conferência, todos acreditavam que dessa vez os líderes dos países iam entrar em um acordo para acabar com aquecimento global ou pelo menos diminui-lo.
      Mas o que aconteceu foi o contrário - países onde os seus líderes entraram em contradição , brigas para ver quem ia paga a conta, e muito mais. E no, final  todas as esperanças se acabaram, um acodo foi assinado mas não era o esperado, e o mundo cada vez mais vem provando o que a força da natrureza pode fazer.
     Afinal quem são os culpados disso? Ou, será que existe um culpado? Será que somos todos os culpados,  países ricos, em desenvolvimento e os pobres?
      Não sei disso só sei que o tempo está se acabando e com ele nós estamos prestes a acabar também. Assim temos que tomar uma decisão sobre isso. Ficamos esperando uma atitude das autoridades e não fazemos nada. O certo é, se cada um fizer a sua parte independente do seu vizinho, como por exemplo, economizar água, usa produtos ecologicamente corretos, tentar reciclar tudo o que puder e muito mais.

  Pequenas atitudes somadas é que vão dar o resultado final !


      Quem é a favor, comente nesta reportagem algumas ações do que devemos fazer, comentem sobre a Conferência de Copenhague e muito mais.
       Esperamos a sua colaboração!!
      

Iraque acusa Irã de invasão de território

Segundo autoridades iraquianas, 11 soldados iranianos teriam tomado as instalações de um dos maiores campos de petróleo do país e hasteado a bandeira do Irã.


Depois de 21 anos da guerra que deixou centenas de milhares de mortos, a temperatura voltou a subir entre Irã e Iraque.

É um dos maiores campos de petróleo do Iraque. Segundo autoridades iraquianas, 11 soldados iranianos teriam cruzado a fronteira, tomado as instalações e hasteado a bandeira do Irã.
 O campo fica na província de Maysan, a sudoeste de Bagdá, e está a apenas 300 metros da fronteira.
A companhia nacional de petróleo iraniana negou a ocupação. O mercado reagiu: o preço do barril do petróleo nos Estados Unidos subiu.
O ministro do interior do Iraque disse que o país não vai realizar nenhuma ação militar e espera uma solução diplomática.
As relações entre Irã e Iraque melhoraram muito, desde a guerra sangrenta dos anos 80. Agora, a notícia da ocupação preocupa autoridades internacionais que têm acompanhado ainda os desdobramentos do programa nuclear iraniano.
Nesta sexta-feira, o Irã anunciou que começou a desenvolver novas centrífugas nucleares, que entrariam em funcionamento em dois anos.
As máquinas são utilizadas para enriquecer urânio que pode ser usado na produção de energia elétrica e também na fabricação de bombas atômicas.
Mesmo diante da ameaça de novas sanções das Nações Unidas, o Irã só aumenta os sinais de que não vai interromper o programa nuclear.

Formação de tornado é flagrada no Paraná

Uma mulher registrou o fenômeno em Ponta Grossa.


         No Paraná, uma mulher registrou a formação de um tornado.

         A imagem do fenômeno foi captada na BR-376, em Ponta Grossa. Apesar da aparência assustadora, não houve registro de prejuízos na região.

Terremoto sacode parte da Península Ibérica e da África

O epicentro do tremor foi registrado no Oceano Atlântico, a 58 quilômetros de profundidade, e a cerca de 100 quilômetros a sudoeste do Cabo de São Vicente, em Portugal.

          Um terremoto de 6,3 graus na escala Richter sacudiu parte da Península Ibérica e do Norte da África nesta quinta-feira de madrugada.

          O epicentro do tremor foi registrado no Oceano Atlântico, a 58 quilômetros de profundidade, e a cerca de 100 quilômetros a sudoeste do Cabo de São Vicente, em Portugal.
          Os tremores foram sentidos também na Espanha e no Marrocos. Não há notícias de danos ou feridos.

Seca castiga o arquipélago de Marajó (PA)

Não chove forte há mais de dois meses na região. A vegetação está bastante seca e alguns rios desapareceram.

           O arquipélago do Marajó, no extremo norte do Brasil, está sofrendo as consequências da seca.

           Amazônia sem verde, lagoa sem água. O cenário é desolador no arquipélago do Marajó. A seca castiga principalmente os moradores do leste da Ilha.
           Não chove forte há mais de dois meses na região. De cima, é possível ver que a vegetação está bastante seca e que alguns rios desapareceram.
           Os lugares que ainda têm um pouco d'água são disputados por animais e pássaros. Em Santa Cruz do Arari, a população foi isolada pela seca. O solo rachou e as embarcações estão paradas no centro da cidade. A associação que reúne os 16 municípios do arquipélago diz que falta água potável.
          “Tem dificuldades de água, principalmente populações ribeirinhas, além de pouca é de péssima qualidade”, disse uma mulher.
            As prefeituras estão levando água para as comunidades mais distantes. Mas em uma fazenda, é o morador que tenta resolver o problema.
            O Marajó tem o maior rebanho de búfalos do país. São quase 300 mil cabeças. As queimadas destruíram o pouco que restava do pasto. Peões agora passam dias conduzindo a boiada em direção ao único lago da região que ainda não secou.
            “Na propriedade da gente não tem água, tem que procurar pra onde tem”, disse um morador. Na zona rural, muitos animais não resistiram.
              Os meteorologistas do Sipam, o Sistema de Proteção da Amazônia, dizem que a estiagem deste ano no arquipélago está mais intensa. “Este ano a estiagem se prolongou e a região sofre a influência do El Niño que inibe a formação de chuva”, disse Rodrigo Braga, meteorologista do Sipam.
               Produtor rural, Amarildo aguarda ansioso pela chegada da chuva. “Tem que rezar para Deus para que mande uma chuva logo, pra ajudar os animais. É uma tristeza para a gente, que é criador, ver o bicho morrer sem a gente poder fazer nada”, disse o produtor rural.

Dinamarca é exemplo de energia renovável

Na terra e no mar da Dinamarca o vento não sopra à toa. Gigantescos cataventos dominam a paisagem. O lixo também vira combustível, assim como a gordura extraída dos porcos.

             A Dinamarca, onde acontece a Conferência do Clima, é um país que tem muitos exemplos interessantes de iniciativas em defesa do meio ambiente. E nós vamos conhecer algumas nesta reportagem especial do correspondente Marcos Losekan.

            Na terra e no mar da Dinamarca o vento não sopra à toa. Gigantescos cataventos dominam a paisagem.
           As turbinas instaladas no alto transformam correntes de ar em fonte energética. A Dinamarca produz com a força do vento um quinto da energia elétrica consumida no país. Já em 2020, metade da eletricidade dinamarquesa será produzida assim. E em vez de terra firme, a maioria dos cataventos gigantes é construída no mar, onde o vento é mais intenso, e constante.
           São 80 turbinas só em uma usina de energia eólica no Mar do Norte. Em todo o país, há mais de 5,5 mil hélices gerando força, e riqueza.
            Os cataventos já são um dos principais produtos de exportação da Dinamarca, vendidos a 63 países. O vento é de graça, mas a tecnologia ainda é cara.
             O fabricante prefere pensar a longo prazo, já que o custo de fontes de energia como o petróleo deve aumentar nos próximos anos.
             A revolução energética da Dinamarca começou nos anos 1970. O país do tamanho do estado do Rio de Janeiro foi um dos mais atingidos pela crise do petróleo, e teve que buscar outras fontes para produzir eletricidade e aquecer as casas.
             A dinamarquesa, Connie Hedegaard, presidente da Conferência do Clima em Copenhague, explica que o país procurou aumentar a eficiência e diminuir o desperdício de força energética.
              Um rigoroso código de construção obriga empreiteiras a projetar prédios que conservem energia. E já que a ordem é não desperdiçar, lixo também vira combustível.
               Uma usina queima trinta e uma toneladas de lixo por dia para aquecer a cidade de Aarhus, a segunda maior do país. O que sobra depois da queima é aproveitado para asfaltar as estradas.
               Até os porcos, outro grande produto de exportação, geram energia. O setor agropecuário é responsável por 19% das emissões de gases poluentes da Dinamarca.
               O esterco, por exemplo, libera metano, e o transporte dos animais emite gás carbônico. Mas agora as fezes também estão sendo aproveitadas. Até 2020, metade do esterco deverá virar biocombustível. A gordura extraída dos porcos no abate já é transformada em biodiesel, para carros e caminhões.
                A Dinamarca é um país pequeno, com 5,5 milhões de habitantes. Pergunto à ministra se ela acha que uma política energética como essa funcionaria num país da dimensão do Brasil. “Com certeza, veja o exemplo do etanol. Cada país pode contribuir de alguma forma. Quanto maior o país, mais fácil é ter uma combinação de diferentes fontes de energia renovável. E nesse campo, quem investir logo e sair na frente, certamente vai se dar bem”.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Região da Argentina começa a virar deserto

Os moradores da região estão assustados em ver como o solo foi levado pelo vento. Toda a parte orgânica, rica em nutrientes para a plantação, sumiu. Sem pasto, o número de animais diminuiu 70%.





          As Nações Unidas já alertaram que as áreas de deserto podem aumentar 17% ao longo dos próximos 100 anos por causa do aquecimento global. Na reportagem especial desta quinta-feira, os correspondentes Carlos de Lannoy e Emiliano Fabris mostram uma região da Argentina atingida por essa mudança.

          A viagem até o município de Patagones é cheia de contrastes. Antes de chegar, os repórteres são parados numa barreira que restringe o ingresso de carnes e frutas, porque se trata de uma região privilegiada, livre de várias doenças que podem ser provocadas por bactérias.
          À margem da estrada, encontramos canais de águam, que garantem a agricultura irrigada. Mas poucos quilômetros à frente, a paisagem começa a mudar.
          A 900 quilômetros de Buenos Aires, o verde cede lugar ao tom amarelado. Nuvens de areia cruzam à nossa frente. Onde antes havia pastagens, agora há dunas que encobrem os alambrados.
          O volume de chuva vem caindo desde 2004, data da última safra de trigo. A média, que já foi de 390 milímetros, hoje é de 120 milímetros de chuva por ano.
          Cada vez menos produtores apostam na agricultura. O que cresce por aqui vira alimento para o gado.
          Em meio a uma tempestade de areia eles entram em uma fazenda. São recebidos por seu Martin Saralegui, mais conhecido como Paco, um produtor rural de 73 anos, que mora ali desde criança.
         "Tudo isso aqui era mato", conta ele, "nunca antes houve dunas por aqui". Ele mostra como a areia invadiu a propriedade. Todo o depósito de ferro velho está coberto. Tudo parece deserto.
           O trator ainda está lá e continua sendo utilizado diariamente, mas a função agora é outra. Seu Paco é obrigado a retirar a areia que invade os currais para evitar que as ovelhas escalem as dunas e fujam pro meio do campo. Por causa da seca, elas são alimentadas aqui mesmo já que não tem mais pasto na fazenda.
          Mas por que a paisagem mudou tanto? "Sobrecarregamos o campo com animais. Excessivas quantidades de gado", acredita.
         “Começamos a desmatar em excesso para manter o gado. Isso talvez tenha sido nosso grande equívoco".
           Fomos conhecer outra fazenda, onde o imenso tanque de água usado para matar a sede do gado ficou totalmente seco. São centenas de hectares onde a produção virou pó.
          "Nunca tinha visto nada assim. É a primeira vez em 50 anos", assegura o fazendeiro Juan Carlos Maas.
           Os moradores da região estão assustados em ver como o solo foi levado pelo vento. Toda a parte orgânica, rica em nutrientes para a plantação, simplesmente sumiu. Sem pasto, o número de animais diminuiu 70%.
           Os campos de Patagones sempre tiveram uma produção limitada. A falta de chuvas é um fenômeno histórico que se repete de tempos em tempos há mais de 100 anos. Mas essa imagem de devastação total é recente. Patagones nunca foi um deserto.
           O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária argentina estima que 300 mil hectares, um quarto da área do município, foram gravemente afetados pela erosão. Em outras palavras, viraram deserto.
           "Fenômenos naturais como a seca tem seu efeito aumentado pela ação do homem", diz o engenheiro Alberto Perlo, diretor do Instituto, que atravessa o alambrado como as ovelhas de seu Paco.
            Ele explica que a situação pode melhorar um pouco se voltar a chover. Só que o processo de desertificação do lugar só será revertido se houver uma mudança radical de comportamento dos produtores.
           No século passado também houve grandes períodos de seca nesta região da Argentina. Mas ele assegura que o impacto foi muito menor na época porque o sistema produtivo não era tão destrutivo quanto agora.

Pecuária emite metade dos gases poluentes do país

O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo. São 190 milhões de cabeças de gado, e 70% abastecem o mercado interno. O restante é exportado.


           No Brasil, uma pesquisa inédita mostra que a pecuária é responsável por metade das emissões dos gases do efeito estufa no país. Pesquisadores brasileiros vão apresentar o estudo na Conferência do Clima, em Copenhague, neste final de semana.

           O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo. São 190 milhões de cabeças de gado, e 70% abastecem o mercado interno. O restante é exportado. A pecuária gera 4% do produto interno bruto nacional. Mas a um custo ambiental muito alto.
          “Num ano de grande desmatamento, a pecuária como um todo emite talvez 50% e o setor todo de energia do Brasil emite 17, 18%”, disse o pesquisador INPE, Carlos Nobre.
           Os cientistas levaram em conta a liberação do gás metano durante a digestão dos animais. Ele é 21 vezes mais nocivo do que o gás carbônico. Mas a substituição da vegetação por pastagens e a queima do solo para manutenção delas são as maiores causas das emissões de poluentes. Entre 2003 e 2008, 75% da área desmatada na Amazônia e 56% no cerrado viraram pasto.
           A solução, segundo os pesquisadores, não é parar de comer carne. Eles afirmam que é possível diminuir as emissões de gases do efeito estufa mantendo a mesma produção. Para isso seria preciso modernizar a pecuária, usando mais tecnologia, menos espaço e até diversificando a alimentação do gado.
         “Alguns óleos vegetais podem reduzir drasticamente as emissões de metano pelos animais. Existem também alguns antibióticos que são seletivos às bactérias do rumen que produzem metano”, disse o pesquisador da Embrapa, Luís Gustavo Barioni.
           Os cientistas são unânimes em afirmar que se o Brasil quiser atingir a meta de redução de 36% na emissão de gases até 2020, os investimentos nesse setor são inevitáveis.
          “Vai ter que mudar muita coisa, mas isso vai ser bom pra economia. E esses investimentos terão como retorno a mitigação da emissão, aumento de emprego e aumento da produtividade”, acredita Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra.

Combate ao aquecimento global custa caro

O megainvestidor George Soros tentou levar uma solução. Bastaria pegar US$ 100 bilhões das reservas do FMI, o Fundo Monetário Internacional, segundo ele.


           Duas questões foram muito debatidas, nesta quinta-feira, na conferência sobre mudanças climáticas. Quanto vão custar as medidas para combater o aquecimento global? E quem vai pagar essa conta? A reportagem é dos enviados especiais a Copenhague, Sonia Bridi e Paulo Zero.

           Manifestações-relâmpago, protestos. Uma escultura em quatro toneladas de gelo, mostrando uma família de guerreiros Massai, tribo do Quênia, terra dos antepassados de Barack Obama.
           Cientistas voltaram a alertar sobre a urgência de medidas. Nesta quinta-feira, mais de 100 pesquisadores europeus disseram que o gás carbônico absorvido pelos oceanos reagiu com a água, tornando-a mais ácida. Uma ameaça a toda a vida marinha, e que interfere até no sistema de navegação das imensas baleias.
           Os pequenos países formados de ilhas, querem que a Convenção estabeleça em 1,5ºC o limite máximo de aquecimento global, e não 2ºC como está na proposta. O problema é que muitos cientistas acham que agora é tarde demais ou ficaria caro demais para conseguir. No fim das contas, as discussões giram em torno de quem vai pagar e quanto vai custar para salvar o planeta.
           George Soros um megainvestidor, que já foi conhecido como um especulador implacável, veio trazer uma solução. Basta pegar US$ 100 bilhões das reservas do FMI, o Fundo Monetário Internacional, sugeriu ele.
           Parece fácil, mas os ricos teriam que concordar em entrar com o dinheiro, e os Estados Unidos, os maiores sócios do FMI, precisam aprovar.
           A proposta oficial de acordo, que começa a ser oficializada a partir de sexta-feira, deve ser escrita ainda nesta quinta.
           O embaixador Luis Figueiredo, um dos redatores do acordo, disse que a questão que trata do desmatamento já está praticamente fechada. Mas ainda não há uma proposta na mesa para financiar o programa.
          “Esse tipo de negociação é uma negociação em que nada está acordado até que tudo esteja. É um pacote”, disse o negociador brasileiro, Figueiredo.
            Ou seja: ou há acordo em tudo, ou acordo nenhum.

Mudanças climáticas afetam o mapa do planeta

Cientistas japoneses usam um supercomputador para calcular os efeitos do aquecimento global. Eles simulam o que muda no planeta com o possível aumento de 3ºC na temperatura até o fim do século.

             Na reportagem especial desta quarta-feira sobre as mudanças climáticas, o correspondente Roberto Kovalick mostra a ilha que pode sumir do mapa e os efeitos do aquecimento global na vida marinha.

            O topo de uma palmeira é a lembrança de que ali havia terra firme. A ilha de Ghoramara, na Índia, já perdeu metade do território e pode, em breve, sumir da face da terra. Sete mil habitantes foram embora e outros estão preparando a partida.
            No Japão, a ameaça também vem do mar: há sete anos, águas vivas gigantes, de até 2 metros de comprimento, infestam algumas regiões litorâneas, prejudicam a pesca e provocam queimaduras nos pescadores. Elas existiam somente na China, mas migraram para o local e se proliferaram.
             Um professor da universidade de Hiroshima diz que há várias causas. Entre elas, a elevação da temperatura da água causada pelo aquecimento global.
             Na China, os sinais estão no alto das montanhas. As geleiras do Tibete diminuem 20 metros a cada ano desde 1990.
             O Japão tem alguns dos centros de previsão e pesquisas climáticas mais avançados do mundo e está usando a tecnologia para descobrir o que vai acontecer com o planeta nos próximos anos. Um globo no museu de ciências de Tóquio mostra o aquecimento da terra até o ano 2100. É uma visão do futuro, um futuro nada animador.
             Os cientistas japoneses estão usando um supercomputador, que ocupa um andar inteiro de um prédio, para calcular os efeitos do aquecimento global.
             Com isso, eles simulam o que vai mudar em cada ponto do planeta com o possível aumento de 3ºC na temperatura até o fim do século.
              Uma das conclusões: o número de tufões na Ásia e de furacões na América do Norte vai cair de 80 por ano, em média, para 66. Em compensação, a força do vento no epicentro vai aumentar em até 20% e as chuvas em até 60%.
              Akio Kitoh, diretor do departamento de pesquisas sobre o clima do Instituto de Pesquisas Meteorológicas, diz que eles também vão mudar de rota. Esse é o próximo passo da pesquisa: descobrir onde os tufões e furacões, mais violentos que os de hoje, vão passar.
               Os cientistas japoneses também fizeram previsões para o Brasil. No Nordeste, os dias consecutivos de seca que, segundo ele, hoje são 100 por ano, em média, podem chegar a 130 em algumas áreas. No Centro-Sul do país, as chuvas que castigam a região no verão vão aumentar de intensidade.
              O professor diz que parte do aquecimento é inevitável, é um ciclo do planeta, que foi acelerado pela ação do homem. E que, por isso os países têm que se preparar.
             “Mas, se queremos diminuir esses efeitos, temos que fazer a nossa parte”, conclui ele.

olá nos estamos fazendo um projeto social e temos um blog queremos que voce tbm entre nessa

Um acordo paralelo articulado pela Dinamarca, junto com Estados Unidos e Grã-Bretanha deixaria aos países ricos a decisão de quanto cortar nas emissões de gases.


              A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas foi movimentada, nesta terça-feira, pela divulgação do conteúdo de uma proposta sobre como países ricos e pobres devem combater o problema. A reportagem é dos enviados especiais a Copenhague, Sonia Bridi e Paulo Zero.

              A indignação dos africanos ecoou pelo centro de convenções. Eles reagiam à revelação de um acordo paralelo articulado pela Dinamarca, junto com Estados Unidos e Grã-Bretanha.
              O jornal inglês The Guardian publicou a proposta, que deixaria aos países ricos a decisão de quanto cortar nas emissões.
              Mas obrigaria os outros a apresentar metas, com exceção dos países muito pobres. “Seria como um almoço, você chega para o cafezinho e é convidado a dividir a conta toda. Não é justo”, disse o negociador brasileiro, Sergio Serra.
               A proposta abre a possibilidade de o Banco Mundial, e não ONU, administrar os financiamentos para adaptação às mudanças climáticas. E obriga os beneficiados a seguir as regras impostas pelos ricos.
              Os países em desenvolvimento veem nas entrelinhas uma discriminação que se estenderia por 40 anos: em 2050, os ricos de hoje ainda poderiam poluir o dobro, por habitante, do que os que hoje estão em desenvolvimento.
               A Dinamarca apresentou esse documento na semana passada a um pequeno grupo de países, entre eles o Brasil. Seria uma alternativa para um entrave no acordo.
               Mas foi considerado prematuro, desistia das negociações antes de a convenção começar. A Dinamarca então recolheu as cópias dizendo que a proposta estava morta. Não estava, e hoje tumultuou a convenção.

Década de 2000 é a mais quente desde 1850

Nos últimos 50 anos, a temperatura média nos Alpes franceses aumentou quase 2ºC. E isso, obviamente, refletiu na neve. Mais calor, menos gelo.

            Cientistas das Nações Unidas afirmaram, nesta terça-feira, que esta primeira década do século XXI é provavelmente a mais quente desde 1850, quando as temperaturas mundiais começaram a ser registradas.

            A velocidade impressionante com que o gelo e a neve estão derretendo em várias partes do planeta, a gente vê na reportagem especial dos correspondentes Marcos Losekann e Paulo Pimentel.
            Gota a gota. Litros e litros de água que um dia já foi gelo. Primeiro, filetes. Depois, rios. Por fim, lagos que nascem em locais inusitados.
            O Imja, formado pelo degelo na cordilheira do Himalaia, é onde fica o Everest, o monte mais alto do planeta.
            A imagem pode até ser bonita, mas o Imja não deveria estar aqui. Uma foto mostra que em 1956 ele não existia. A água que agora forma o lago ficava lá no alto, na forma de gelo.
           “Pior não são os lagos”, explica o cientista. O problema é o nível do mar, pra onde corre a maior parte da água das geleiras derretidas. Os oceanos devem subir, em média, meio metro até 2050.
            Se no topo do mundo, o gelo derrete, pior ainda nas montanhas mais baixas.
            Na Rússia, vastidões geladas, que jamais ficavam descobertas, agora estão. Lagos glaciais são as últimas heranças do que já foi um mar de gelo. Fenômeno que preocupa no Polo Norte, onde a vida depende das geleiras.
             Também na Austrália, onde o mar, em média 2ºC mais quente do que há 3 décadas, ameaça alguns dos maiores recifes de coral do planeta. Um drama universal, que não respeita fronteiras.
             Na Europa, o problema é mais visível nos Alpes, onde as estações de esqui servem de ''termômetro''.
              A cada inverno, as pistas estão localizadas em pontos mais altos, montanha acima, onde ainda existe neve.
              Em busca desses redutos gelados, fomos conhecer Grenoble, no sudeste da França. O rio que corta a cidade é o primeiro sinal.
              Costumava já estar parcialmente congelado nesta época do ano. Agora é só um rio, como outro qualquer. Rumo ao topo das montanhas que cercam a cidade, vamos conhecer o maior centro de medição de neve da Europa.
              Nos últimos 50 anos, a temperatura média aqui nesta região dos Alpes franceses aumentou quase 2ºC. E isso, obviamente, refletiu na neve. Mais calor, menos gelo. A última vez em que a neve cobriu réguas de 3 metros de altura foi em 1970. De lá pra cá, foi baixando, baixando. Este ano, por enquanto, mal chega a meio metro. E se continuar desse jeito, no auge do inverno, não deve passar dos 90 centímetros.
             O sub-chefe do Centro, Jean-Louis Dumas, afirma que a medição feita há 5 décadas não deixa dúvida: “A diminuição das nevascas, ano a ano, é lenta mas regular. Os gráficos mostram o declínio constante”.
             Jean-Louis constata que o aumento médio da temperatura na terra é diretamente relacionado à diminuição da neve.
             “Não arrisco culpar somente as pessoas”, diz ele. “Sabemos que os degelos também podem ser naturais e cíclicos. O que é certo é que o homem, ao descuidar do meio ambiente, pode estar contribuindo para esse fenômeno''.
               Mesmo na Groelândia, região que pertence à Dinamarca e que tem tirado vantagem do degelo, as mudanças climáticas assustam.
               Na terra que não tinha um palmo sequer descoberto de gelo, nem mesmo no verão, agora sobram extensas áreas nuas para a exploração de petróleo e minério.
               Mas a pesca, que mata a fome da maioria da população, já não rende como antes. “Ganhamos algumas coisas com o degelo”, diz o pescador. “Mas perdemos muito também. Hoje em dia, os poucos peixes que conseguimos pescar têm menos da metade do tamanho de 15, 20 anos atrás.
               O número de turistas também diminuiu”.
               “Eles vinham ver os icebergs colossais que flutuavam há poucos quilômetros da costa”, diz um empresário. “Costumavam ser até 20 vezes maiores do que os que sobraram”.
              Se contentar com o que sobrou, aceitar a sorte, inocentar o homem. Ou assumir parte da culpa e lutar para frear o aquecimento global?
              Respostas que a humanidade espera dos líderes mundiais, que já se reuniram pra tratar do assunto no Rio, em 92, em Kioto em 97. E que agora, novamente, se juntam em Copenhague. A natureza pode não dar uma nova chance.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Aquecimento global já tem efeitos visíveis nos EUA

Pinheiros morrem duas vezes mais rápido do que há 17 anos. Elas sofrem com as temperaturas mais altas e estão sob um ataque severo de besouros.




               A partir desta segunda-feira, o Jornal Nacional exibe uma série de reportagens especiais sobre os efeitos mais visíveis do aquecimento global. Os correspondentes Giuliana Morrone e Sherman Costa mostram os resultados de estudos realizados nos Estados Unidos, um dos maiores poluidores do planeta terra.

               Os primeiros flocos brancos caíram e a neve cobriu o estado do Colorado, no Centro-Oeste dos Estados Unidos. As crianças se divertem no frio. Será que o planeta está mesmo mais quente?
               Pesquisadores americanos dizem que algumas árvores podem ajudar a mostrar os efeitos do aquecimento do planeta. Elas estão assim, avermelhadas, porque morreram.
               O mais longo estudo sobre as florestas do noroeste dos Estados Unidos culpa o aquecimento global pela morte precoce das árvores.
                Durante 50 anos, os cientistas monitoraram as florestas e concluíram que os pinheiros estão morrendo duas vezes mais rapidamente do que há 17 anos.
                As árvores sofrem com as altas temperaturas do verão e não conseguem se recuperar no inverno porque a neve derrete logo, aos primeiros sinais da primavera.
                 A bióloga da Universidade do Colorado Diana Tomback explica ainda que as árvores estão sob um ataque severo de besouros.
                "A sobrevivência dos besouros está ligada ao aquecimento do planeta. E essa proliferação dos insetos vem ocorrendo há pelo menos dez anos”, diz ela.
                 Segundo a bióloga, os efeitos em cascata podem ser desastrosos. Besouros matam as árvores, acabando com as sementes, que são a fonte de alimento de pássaros e ursos nos Estados Unidos.
                 Mas por que, segundo os cientistas, o planeta está mais quente? A Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas aponta razões históricas.
                  Desde que o mundo se tornou industrializado, no século XVIII, aumentou a quantidade de dióxido de carbono e de outros gases que provocam o efeito estufa. Os gases formam uma barreira, retendo a energia solar.
                 No laboratório da Universidade de Boulder, cientistas monitoram o ar do planeta. Uma vez por semana, o laboratório recebe amostras do ar de todas as partes do mundo, do mar do caribe, dos lagos da Europa, das montanhas da China, da floresta amazônica.
                 O diretor do Instituto do Ártico e Pesquisa Alpina da Universidade, Alan Townsend, analisa as amostras, para ver de onde vem o dióxido de carbono.
                 Os Estados Unidos são um dos maiores vilões. "Somos um dos maiores consumidores de energia por pessoa. E por isso temos que assumir a liderança para tentar resolver o problema", diz Townsend.
                 Entre 1990 e 2007, os Estados Unidos aumentaram em 16,5% as emissões de gases, chegando a mais de 7 bilhões de toneladas por ano.
                 Entre 2007 e 2008 houve uma pequena queda, que os cientistas atribuem à crise econômica e à queda da produção industrial.
                 E de onde vêm esses gases? A energia usada para iluminar casas e movimentar fábricas vem principalmente do carvão. Ele é queimado nas usinas e das chaminés sai o dióxido de carbono.
                Mas a quantidade absurda de carros circulando pelos Estados Unidos é quase tão nociva quanto a queima de carvão.
                Na Casa Branca, George Bush se recusou a assumir o compromisso de reduzir as emissões de dióxido de carbono. Agora, Barack Obama propõe uma redução de 17% até 2020.
                 Em setembro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon visitou o Ártico e se assustou ao atravessar de navio um trecho onde, antes, havia gigantescos blocos de gelo. Desde então, vem pressionando líderes mundiais para tomar decisões, na reunião sobre o meio ambiente, em Copenhague.
                 Apesar dos números pessimistas sobre a poluição mundial, o ecologista Townsend diz que não é tarde para agir.
                 O mundo precisa aprender a não desperdiçar energia, a buscar fontes alternativas, além do carvão, do gás e do petróleo. E usar soluções de engenharia para reduzir os níveis de dióxido carbono. Soluções para proteger o planeta.
                 A Agência Americana de Proteção Ambiental anunciou, nesta segunda-feira, que os gases responsáveis pelo efeito estufa representam uma ameaça à saúde humana.
                 Isso é importante porque permite ao governo dos Estados Unidos adotar medidas pra controlar as emissões sem a necessidade de aprovação do Congresso.


Financiamento é problema para países em desenvolvimento reduzirem emissões

Na reunião sobre o clima em Copenhage, a União Europeia considera que será um choque se o presidente Obama não apresentar algo de concreto.



             Começou nesta segunda-feira, na Dinamarca, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que pretende criar medidas concretas para evitar os possíveis efeitos devastadores do aquecimento do nosso planeta. A reportagem é dos enviados especiais a Copenhague Sonia Bridi e Paulo Zero.

             Não faltam alegorias ao degelo, nas manifestações que pedem urgência nas negociações. Uma delegada das Ilhas Fiji se derrete em lágrimas, ela representa um país condenado a desaparecer se o aquecimento não for freado.
              Há um sentido de urgência. E a preocupação de que o escândalo envolvendo o vazamento de emails de uma Universidade da Inglaterra sirva de desculpa para países que não querem fazer cortes nas emissões de gases.
              Nas mensagens, que foram parar na internet, cientistas pareciam exagerar o aumento da temperatura do planeta.
              Mas o chefe do painel da ONU sobre mudanças climáticas, Rajendra Pachauri, lembrou que quatro pesquisas independentes confirmam os números.
             Estados Unidos e China, que juntos são responsáveis por metade das emissões de gases do planeta, estão sendo duramente criticados.
             A União Européia considera que será um choque se o presidente Obama chegar aqui e não apresentar algo de concreto.
             Para os países em desenvolvimento que já se comprometeram em reduzir emissões, como Brasil e a África do Sul, a principal preocupação é com a questão financeira.
              É que, para evitar as mudanças climáticas, eles precisam de dinheiro, e de transferência de tecnologia.
              Para eles, só haverá acordo se os ricos estabelecerem metas e prazos também para ajudar os mais pobres. Que são, exatamente, os que menos contribuíram para o aquecimento global, e os que agora mais sofrem as consequências.







segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

No Nordeste, caatinga sofre processo de desertificação

Na caatinga, a terra parece destruída. É imagem típica de lugar onde chove pouco, mas tem muita vida.

           O mandacaru carregado de frutos, os gravetos que dão lugar ao verde exuberante. A cada período de chuva o conhecido cenário da seca no Nordeste revela a riqueza da vida na caatinga.

           "Dentre as áreas semi-áridas do mundo é a mais rica em plantas, em animais, em diversidade", comenta Rodrigo Castro, da Associação Caatinga.
           A caatinga ocupa 10% do território nacional. Espalha-se por quase todos os estados do Nordeste e pelo norte de Minas Gerais. Neste bioma de solo seco, pedregoso e de arbustos que perdem as folhas nos meses de seca, vivem mais de 20 milhões de brasileiros, 995 espécies animais e outras mil vegetais, 40% delas só encontradas aqui.
          "É uma área que é vista como muito pobre, mas, na verdade, ela tem muita riqueza", diz Rodrigo Castro.
           Riqueza ameaçada pelo mau uso da terra. O terreno do agricultor Francisco Nogueira Neto sofre as consequências do desmatamento e das queimadas que costumam ser feitas para preparar o solo em época de plantio: “Cada vez destruiu mais, porque queimou o pouquinho que tinha de matéria orgânica. Não serve para nada".
          A Fundação Cearense de Recursos Hídricos comprovou, com imagens de satélites, que 10% da área da caatinga no estado, equivalentes a mais de 15 mil quilômetros quadrados, estão em processo de desertificação. A terra não produz mais nada. Mas, há projetos para recuperá-la.
          "Você vai em uma parte mais florestada, você recolhe todo esse resto de folha que tem no chão e vai tentar jogar aqui em cima, porque a gente vê aqui como se o solo já não tivesse mais vida e, na hora que você traz vida de outro ambiente e joga aqui dentro, a tendência dela é criar vida também", explica a engenheira agrônoma Sônia Barreto de Oliveira.
           As mesmas rochas que tornam o solo da caatinga raso e sem capacidade de absorver a chuva podem ser usadas como solução para acumular água e para evitar a degradação das áreas de plantio.
Com as pedras são feitas barreiras para reter a água da chuva. Isso impede que ela escorra pelo terreno levando embora a matéria orgânica e provocando erosão.

            É o que o agricultor Napoleão Silva vem fazendo. Ele mesmo instala as barreiras. Aprendeu a medir a distância necessária entre elas e a cuidar bem desta terra: "Você repara que a gente estando no meio do sol sem uma camisa; a proteção nossa é a camisa. a terra, se o cabra deixar a terra nua, ela vai se acabar".    
            Mas, com medidas simples como esta, vai continuar oferecendo o sustento e mantendo a vida do sertão. "Graças a Deus, nos anos que vem correndo bem, o sustento a gente tira. A terra é boa", conta o agricultor Benigno Sobrera Batista.

Biólogos conseguem ouvir canto de ave rara do Nordeste

No pouco que sobrou da Mata Atlântica em Pernambuco, biólogos procuram um dos pássaros mais raros do mundo: o limpa-folha.

            Dias de espera, andando na mata, com olhares de incerteza e esperança. Um grupo de ornitólogos, procura uma ave raríssima, na Zona da Mata, no sul de Pernambuco. O gravador reproduz o canto da ave solitária. Os biólogos esperam ouvir uma resposta na mata. Na realidade, nem sabem se o pássaro ainda está vivo.

            "O limpa-folha do Nordeste pode ser considerado um dos animais mais ameaçados e mais raros em todo o planeta. Sem dúvida, na Mata Atlântica, é a ave mais rara", diz o biólogo Carlos Gussoni.
             Em todo o Nordeste, restam menos de 3% da floresta Atlântica original. Na Mata do Urubu são menos de mil hectares, bem preservados. Um oásis cercado pelos canaviais, onde aves, mamíferos e répteis tentam sobreviver.
             Andando a procura do raríssimo limpa-folha, encontramos uma serpente na trilha, um lagarto muito estranho olhando de longe, o esquilo aproveitando o almoço e outras aves, que se refugiam e se reproduzem aqui. Um ninho de beija-flor tem dois ovos, bem protegidos pela fêmea. Mas, nem sinal do pássaro que estamos procurando.
              Nós voltamos à Mata do Urubu, duas semanas depois. Os filhotes de beija-flor já nasceram e estão à espera dos pais, para alimentá-los. De repente, renascem as esperanças dos biólogos. Surge na mata a resposta do canto que tanto esperavam ouvir.
              "Estou emocionado ouvindo o canto. Essa é uma das aves mais raras do mundo: o limpa-folha do Nordeste. Eu acho que é um privilégio poder observar bem de perto um dos últimos indivíduos", comemora o biólogo Carlos Gussoni.
               O limpa-folha solitário aparece no meio da vegetação, encoberto pelos galhos. Fica pouco tempo parado. Uma ave de aparência simples, como tantas outras. Mas que representa o fim de mais uma espécie. Com os desmatamentos, os animais estão desaparecendo.
               Os biólogos estão orientando os jovens que vivem nas cidades perto da Mata do Urubu. Estão formando uma brigada de conscientização, pensando no futuro.
               "A natureza é muito importante. Por isso mesmo que a gente deve preservar. Na verdade, sem ela, nós nem poderíamos estar aqui hoje", comenta a estudante Luciane Lira.

Mudanças no clima são estudadas na Antártida




Biomas do Brasil: a Mata Atlântica

Antártica tem as explicações para o aquecimento global

A repórter Sonia Bridi viajou ao continente gelado e mostra porque a ação humana está provocando o degelo.

            Nos últimos dias, uma polêmica agitou o meio científico internacional. As pesquisas que comprovam o aquecimento global foram colocadas sob suspeita. Mensagens trocadas entre cientistas revelariam que uma das pesquisas teria sido fraudada para reforçar a tese de que o planeta está esquentando.
             Cientistas ligados à ONU contra-atacaram. E divulgaram, ontem, um comunicado reafirmando que o aquecimento climático é "inequívoco". Essa polêmica é especialmente explosiva porque acontece no momento em que o mundo está de olho em um encontro histórico, na Dinamarca.
             Representantes de 190 países já estão em Copenhague e, a partir de amanhã, eles começam a discutir o futuro do planeta. Está nas mãos deles decidir se estão todos dispostos a agir e, assim, evitar que as mudanças climáticas sejam catastróficas.
            O mundo inteiro está preocupado. A Terra já está quase 1ºC mais quente do que há 150 anos, quando começou a era industrial. E os efeitos desse aquecimento já são visíveis.
            O maior desafio dos países reunidos em Copenhague é limitar a emissão de gases do efeito estufa. Especialmente o mais célebre deles, o gás carbônico, o CO2. Existem outros fatores que levam ao aquecimento global. Mas está comprovado que há uma relação direta entre o aumento da concentração do gás na atmosfera e o aumento da temperatura.
             Como chegamos a este ponto? Tudo começou na revolução industrial. Foi quando passamos a usar máquinas, movidas a carvão e a petróleo, para fabricar produtos ou para o transporte. Carvão e petróleo, quando queimados, liberam CO2.
             As explicações para tudo isso estão em uma das regiões mais remotas do planeta - a Antártica, o continente gelado.
           E agora, o que vai acontecer com o planeta?
           Os cientistas afirmam que, se conseguirmos baixar drasticamente as emissões - devemos chegar ao final do século, com um aumento de temperatura de cerca de 2ºC. Parece pouco, mas isso pode provocar mudanças climáticas dramáticas, mais furacões, enchentes, secas, situações de frio extremo e calor extremo, aumento do nível do mar. Mas se não conseguirmos controlar o aquecimento, se a tendência atual das emissões de CO2 continuar, estima-se um aumento de 4ºC até 2100. Um mundo completamente diferente do que conhecemos. A definição de como será esse mundo, começa amanhã, em Copenhague.

Maconha é usada como terapia medicinal no norte de Israel

Um hospital público israelense começou a realizar o tratamento e a receitar maconha para os doentes. E mais: eles podem fazer uso da medicação, quer dizer, fumar a erva, dentro do hospital.

              Citado há 6 mil anos nos mais antigos livros da medicina chinesa, o uso terapêutico da maconha ganha espaço no século 21. Em Israel, pacientes cadastrados para tratamento à base de maconha já podem usar o fumódromo de um hospital público.

             Ran Gottlieb sofre de dores na coluna há mais de 30 anos. Um acidente há alguns meses agravou o sofrimento. A cada consulta, ele recebe do médico uma dose de maconha. Ran diz que estava ficando dependente de analgésicos à base de morfina e que eles não aliviavam mais o sofrimento. E que agora, com um ou dois cigarros por dia, consegue acordar sem dor.
              Nesta semana, pela primeira vez, o governo israelense autorizou um hospital público a realizar o tratamento e a receitar maconha para os doentes. E mais: os pacientes podem fazer uso da medicação, quer dizer, fumar a maconha, dentro do hospital.
               O Dr. Itay Goor Aryeh diz que a autorização para usar a maconha dentro do hospital foi o passo natural no processo que já autorizava o uso médico da erva em ambulatórios e na casa dos pacientes.
               Em Israel, o uso recreativo da maconha é proibido. Mas, para fins médicos, a droga foi liberada no começo da década. E, a partir de 2004, uma organização não-governamental chamada Tikun Olam, "consertando o mundo", foi autorizada a iniciar o plantio da erva.
               Uma das estufas mantidas pela organização, e autorizada pelo governo israelense, fica em algum ponto no norte do país. Por medida de segurança, não se pode dizer a localização exata, mas ali estão 10 mil vasos de maconha que serão usados para fins medicinais.
               O cultivo é cuidadoso: a área reservada às plantas mais novas é uma espécie de maternidade, com luz artificial 24 horas.
               O psiquiatra Yehuda Baruch é o responsável pelo programa que receita maconha medicinal em Israel. Ele diz que os principais pacientes são os que sofrem de dor crônica. E os que têm câncer.
                Segundo o médico, durante a quimioterapia, a maconha reduz as náuseas, aumenta o apetite e, com isso, ajuda a controlar a perda de peso.
                Segundo o Dr. Baruch, a dose média por paciente é de 60g por mês, o que seria equivalente a mais ou menos 60 cigarros. É a prescrição para Jacob Koslovikz, que viveu quase 30 anos no Brasil e voltou para Israel. Em 2007, depois de se submeter a uma cirurgia para a retirada de tumores no intestino grosso, ele entrou para o programa.
                Pelo menos uma vez por semana, Jacob e mais 700 pessoas pegam a sua porção medicinal da maconha, que pode ser entregue de duas maneiras. Uma delas é em um saquinho plástico, com o que eles chamam de flores secas. E a outra maneira é moída. Neste caso, os voluntários já pegam e enrolam alguns cigarros que mais tarde serão distribuídos aos pacientes.
                Ao chegar, cada paciente mostra a identidade e o papel que autoriza a retirada da maconha. O nome é rigorosamente checado na lista.
                 O ex-militar Shmuel perdeu parte da perna esquerda, atingida por um míssil em Gaza. Ele conta que no princípio resistiu ao programa, porque sempre viu a maconha como uma droga prejudicial ao usuário. Mas que, hoje, consegue suportar a dor fantasma - a sensação dolorosa na perna que já não tem. Shmuel voltou a estudar, frequenta academia e tem uma vida normal.
                 Mas os médicos esclarecem: o tratamento não funciona para todos os pacientes. Muitos sentem tonteira e confusão mental, e é contraindicado a jovens com menos de 20 anos, que podem desenvolver esquizofrenia quando mais velhos.
                  Pelo menos 400 substâncias da maconha ainda estão sendo estudadas. Mesmo assim, alguns países começam a testar a receita já seguida, principalmente, em Israel, Holanda, Canadá e Estados Unidos. 
                  Em novembro, na cidade americana de Portland, um café passou a permitir o consumo a pacientes com certificado médico. É a primeira opção nos Estados Unidos que estes pacientes têm para usar a maconha fora de suas casas.

Substância natural pode dar fim às dores crônicas

Pesquisadores americanos descobriram que substâncias presentes em cactus africanos e na pimenta são uma esperança para este mal.

          Pesquisadores de uma universidade americana encontraram na natureza uma esperança para o fim das dores crônicas.

          Substâncias presentes em cactus africanos e na pimenta já foram testadas com sucesso em ratos de laboratório. A próxima etapa é fazer a experiência em seres humanos como mostra
          Pimenta que arde na boca, que queima a pele. Pimenta que compõe ditado popular. Quem nunca disse que ela nos olhos dos outros é refresco?
          O doutor Louis Premkumar, pesquisador da Universidade de Illinois do sul resolveu estudar essas sensações de queimação, de dor, causadas pela pimenta, para tentar descobrir uma forma de melhorar a vida daqueles que sofrem com dores crônicas.
         As cobaias entraram em ação e o doutor Premkumar e sua equipe começaram a estudar o sistema nervoso dos ratos.
          E os testes mostraram que quando os neurônios recebem uma pequena dose eles se ativam e vem a dor. Mas à medida em que dose aumenta eles vão ficando mais calmos e a dor vai sumindo.
          Os cientistas descobriram que a pimenta só causa isso porque há neurônios que reagem a um ingrediemte dela, a capsaicina. Anestesias em geral, remédios à base de morfina, eles tiram a dor, dão sensação de dormência, mas eliminam alguns sentidos do corpo. Os efeitos duram pouco e por isso muitas vezes causam dependência.
          O jeito foi encontrar um jeito mais potente. Depois de cinco anos de estudo os pesquisadores daqui de Springfield no estado de Illinois concluíram que existe um remédio para acabar com a dor. A dor, pelo menos, dos animais. E este remédio está numa planta encontrada no norte da África.
          É a euphorbia resinifera, um cacto que tem a resiniferatoxina, substância conhecida como rtx. Ela é semelhante, mas até mil vezes mais forte que a capsaicina encontrada na pimenta.
        “As pesquisas mostraram que uma super-dose da rtx congela o neurônio, bloqueia a transmissão da mensagem para o cérebro e a dor acaba. A resina do cactus africano deixou os ratos sem dor por cinco meses, mas o efeito pode durar até mais”, diz o cientista.
         Na geladeira, em cada ampola, uma superdose da arma contra a dor. Por enquanto, contra a dor dos animais. Os testes em humanos estão começando. E o que esses pesquisadores querem é ver nas farmácias um remédio contra esse mal. Eles e aqueles que sofrem com a dor.

Ataque terrorista mata 36 no Paquistão 04/12

Quatro homens entraram atirando nos fiéis de uma mesquita na cidade de Rawal-Pindi. Depois, detonaram explosivos.

          Trinta e seis pessoas morreram em mais um ataque terrorista no Paquistão.

          Quatro homens entraram atirando nos fiéis de uma mesquita na cidade de Rawal-Pindi. Depois, detonaram explosivos.
           Desde outubro, quando o exército começou uma ofensiva contra rebeldes Talibãs que atuam na fronteira com o Afeganistão, mais de 400 pessoas morreram em atentados no Paquistão.

Al Gore pode perder o Oscar, por falta de credibilidade 04/12

Emails foram roubados da unidade de pesquisa climática de universidade na Inglaterra. Eles levantam a suspeita de que os pesquisadores teriam alterado dados para comprovar o aquecimento global.

         Daqui a três dias, vai começar, na Dinamarca, a conferência sobre as mudanças do clima no planeta. Mas um escândalo estourou antes disso.

         A revelação de mensagens trocadas entre cientistas levantou suspeitas sobre pesquisas que mostram o aumento da temperatura da terra.
        E até o Oscar do ex-vice presidente americano está ameaçado.
        "Uma verdade inconveniente": o filme de Al Gore sobre aquecimento do planeta ganhou o Oscar em 2007 e o ajudou a vencer o Nobel da Paz.
         Mas agora o ex-vice-presidente americano enfrenta uma outra verdade inconveniente. Dois integrantes da academia americana de cinema querem tirar o Oscar de Al Gore, porque a credibilidade do documentário está sob suspeita.
         Vários e-mails foram roubados da unidade de pesquisa climática da universidade East Anglia, na Inglaterra. Eles levantam a suspeita de que os pesquisadores teriam alterado dados para comprovar o aquecimento global.
          Em um dos correios eletrônicos, o pesquisador Phil Jones, que já recebeu mais de U$ 10 millhões para estudar o clima, diz: "Apliquei um truque para aumentar as temperaturas reais de cada série dos últimos 20 para esconder o declínio”.
         Phil Jones, que renunciou ao cargo há três dias, estaria manipulando dados sobre o clima nas décadas passadas para esconder uma informação: a de que, em comparação com os dias de hoje, teria havido uma redução da temperatura e não uma elevação.
          Jones alega que a frase foi citada fora de contexto, e que a palavra truque se refere a uma ideia inteligente, e não a uma farsa.
          O Centro de Pesquisa da universidade fornece dados para o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU. Esse painel, que dividiu o Nobel da Paz, em 2007, com Al Gore, serve de referência para políticas mundiais sobre o meio ambiente.
          Primeiro, a ONU descartou a importância dos e-mails. Mas nesta sexta-feira disse que vai esperar a investigação oficial para depois se pronunciar.
           Rejendra Pachauri, diretor do painel sobre mudanças climáticas, disse: "Não queremos varrer nada para debaixo do tapete".

EUA enviam mais 30 mil soldados ao Afeganistão 02/12

O presidente Barack Obama apresentou a nova estratégia para acabar com a milícia Talibã. Em resposta, o grupo anunciou que vai matar os soldados americanos.

             O presidente dos Estados Unidos Barack Obama apresentou, na última terça-feira à noite, a nova estratégia para acabar com a milícia Talibã, do Afeganistão. Nesta terça, em resposta, o grupo anunciou que vai matar os soldados americanos.

              Barack Obama anunciou o envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão diante de uma plateia muito atenta. A maioria dos 4,2 mil cadetes que ouviram o presidente, logo estará nas frentes de combate.
             O presidente defendeu o envio de reforços como única forma de combater o grupo Talibã e de evitar ataques terroristas como os de 11 de setembro de 2001.
             Barack Obama previu também o fim do conflito. Afirmou que os primeiros soldados retornarão em julho de 2011.
              A Aliança Militar do Ocidente aprovou o plano americano e afirmou que pretende ajudar com outros 5 mil soldados. Líderes afegãos também apoiaram o anúncio, mas demonstraram preocupação com o prazo de retirada das tropas.
            Coincidência ou não, o início da retirada ajuda Obama na campanha eleitoral que vai começar alguns meses depois, em 2012.
          No Congresso, a oposição republicana já criticou Obama. Disse que anunciar a data da retirada das tropas só ajuda o inimigo. Outra preocupação é com os gastos: o envio das tropas vai custar U$ 30 bilhões a mais aos cofres americanos todo ano.


Governo dos EUA aprova pesquisas com células-tronco 02/12

          O governo americano aprovou nesta quarta-feira as primeiras pesquisas com células-tronco embrionárias. Em março, o presidente Barack Obama anulou a decisão do antecessor, George Bush, que proibia a distribuição de verbas do governo para pesquisas com células-tronco originadas de embriões.


           As células-tronco podem se transformar em qualquer tecido humano. Serão usadas 13 linhas de células extraídas de embriões doados por clínicas de inseminação artificial. As primeiras pesquisas serão voltadas para combater diabetes, mal de alzheimer, e danos à coluna vertebral.

Dia Mundial de Luta Contra a Aids movimenta SP 01/12

A estimativa do Ministério da Saúde é de que existam 630 mil pessoas infectadas no Brasil.

           Uma campanha chamou a atenção de moradores de São Paulo neste Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

           No Centro da cidade, a população recebeu panfletos com orientações de prevenção e pôde fazer o teste de graça. Na Avenida Paulista, um homem dentro de uma bolha simbolizava o preconceito que isola os portadores do vírus HIV. Outras seis bolhas, decoradas com o laço que representa o combate à doença, foram postas nas margens do Rio Pinheiros.
          A estimativa do Ministério da Saúde é de que existam 630 mil pessoas infectadas no Brasil.

Pesquisas com células-tronco avançam no país

O laboratório fica na UFRJ. Foram investidos R$ 4 mi em equipamentos que vão produzir bilhões de células-tronco, com capacidade para abastecer uma rede de até 70 laboratórios e hospitais do país.

                Foi inaugurado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro o primeiro laboratório do Brasil voltado exclusivamente para estudos com células-tronco embrionárias. É um dos mais modernos do mundo.

                O laboratório fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foram investidos R$ 4 milhões em equipamentos que vão produzir bilhões de células-tronco, com capacidade para abastecer uma rede de até 70 laboratórios e hospitais do país.
                “O Brasil esta muito bem posicionado porque se adiantou foi possível elaborar uma lei favorável ao uso de células-tronco embrionárias humanas. Então nos estamos muito bem posicionado internacionalmente”, disse o diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Roberto Lent.
                 Aqui serão criados dois tipos de células-tronco. As embrionárias são produzidas a partir de embriões humanos congelados entre cinco e sete dias após a fertilização in vitro. Embriões que seriam descartados nas clínicas de reprodução.
                O material pode ser usado, por exemplo, nas pesquisas para o tratamento do Mal de Parkinson. Cientistas tentarão criar células de neurônios que serão testadas em camundongos doentes. Mas ainda não um prazo para a aplicação em seres humanos.
                Outro tipo é a célula-tronco induzida, feita a partir de uma amostra da pele do próprio paciente.
                As células recebem um material genético de embriões humanos, mudam de comportamento e passam a gerar células de todos os tipos, para qualquer órgão do corpo.
                 Pesquisadores de vários países que hoje trabalham com células-tronco encontram problemas , como a contaminação das células por bactérias, além das possibilidades de rejeição e do surgimento de tumores nos pacientes.
                Estes são também os desafios dos cientistas brasileiros no novo laboratório. “Nós temos as melhores condições de trabalho e os melhores equipamento pra se produzir essas células nas condições que se espera pro desenvolvimento dessa área visando a aplicação em humanos, quando essa aplicação se mostrar de fato viável, a partir de estudos que estão sendo desenvolvidos no Brasil e no mundo”, disse o pesquisador, coordenador do laboratório, Stevens Rehen.