terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dinamarca é exemplo de energia renovável

Na terra e no mar da Dinamarca o vento não sopra à toa. Gigantescos cataventos dominam a paisagem. O lixo também vira combustível, assim como a gordura extraída dos porcos.

             A Dinamarca, onde acontece a Conferência do Clima, é um país que tem muitos exemplos interessantes de iniciativas em defesa do meio ambiente. E nós vamos conhecer algumas nesta reportagem especial do correspondente Marcos Losekan.

            Na terra e no mar da Dinamarca o vento não sopra à toa. Gigantescos cataventos dominam a paisagem.
           As turbinas instaladas no alto transformam correntes de ar em fonte energética. A Dinamarca produz com a força do vento um quinto da energia elétrica consumida no país. Já em 2020, metade da eletricidade dinamarquesa será produzida assim. E em vez de terra firme, a maioria dos cataventos gigantes é construída no mar, onde o vento é mais intenso, e constante.
           São 80 turbinas só em uma usina de energia eólica no Mar do Norte. Em todo o país, há mais de 5,5 mil hélices gerando força, e riqueza.
            Os cataventos já são um dos principais produtos de exportação da Dinamarca, vendidos a 63 países. O vento é de graça, mas a tecnologia ainda é cara.
             O fabricante prefere pensar a longo prazo, já que o custo de fontes de energia como o petróleo deve aumentar nos próximos anos.
             A revolução energética da Dinamarca começou nos anos 1970. O país do tamanho do estado do Rio de Janeiro foi um dos mais atingidos pela crise do petróleo, e teve que buscar outras fontes para produzir eletricidade e aquecer as casas.
             A dinamarquesa, Connie Hedegaard, presidente da Conferência do Clima em Copenhague, explica que o país procurou aumentar a eficiência e diminuir o desperdício de força energética.
              Um rigoroso código de construção obriga empreiteiras a projetar prédios que conservem energia. E já que a ordem é não desperdiçar, lixo também vira combustível.
               Uma usina queima trinta e uma toneladas de lixo por dia para aquecer a cidade de Aarhus, a segunda maior do país. O que sobra depois da queima é aproveitado para asfaltar as estradas.
               Até os porcos, outro grande produto de exportação, geram energia. O setor agropecuário é responsável por 19% das emissões de gases poluentes da Dinamarca.
               O esterco, por exemplo, libera metano, e o transporte dos animais emite gás carbônico. Mas agora as fezes também estão sendo aproveitadas. Até 2020, metade do esterco deverá virar biocombustível. A gordura extraída dos porcos no abate já é transformada em biodiesel, para carros e caminhões.
                A Dinamarca é um país pequeno, com 5,5 milhões de habitantes. Pergunto à ministra se ela acha que uma política energética como essa funcionaria num país da dimensão do Brasil. “Com certeza, veja o exemplo do etanol. Cada país pode contribuir de alguma forma. Quanto maior o país, mais fácil é ter uma combinação de diferentes fontes de energia renovável. E nesse campo, quem investir logo e sair na frente, certamente vai se dar bem”.

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