sábado, 26 de dezembro de 2009

Buraco na camada de ozônio faz bem para a Antártida

Os cientistas perceberam que está é uma proteção para o meio do continente do aquecimento global.


                Não precisa ser cientista para perceber que o clima no planeta mudou. A gente mesmo nota que o tempo está diferente. Faz frio demais e esquenta demais.

                Esse desequilíbrio se repete no mundo inteiro. Veja só a situação na Antártida. O centro do continente continua gelado, mas o gelo nas extremidades está derretendo.
                Os cientistas perceberam que o buraco na camada de ozônio está protegendo o meio do continente do aquecimento global. O buraco na camada de ozônio, que superaquece o planeta, protege o centro da Antártida do calor.
                Há 11 anos, a estação antártica brasileira não enfrentava tanto frio na primavera. Parece que o inverno não terminou.
                O frio fora de hora trouxe mudanças na rotina na base. Um dos barcos de pesquisa ainda está preso no gelo. Os banhos estão racionados.
                "A água é coletada em dois lagos na península. A água congelou e ficamos sem água na estação", falou Glênio Borges, chefe da EACF.
                 Biólogos gaúchos estão preocupados. Eles viajaram 3,6 mil quilômetros para estudar as skuas, que, nessa época, deveriam estar se reproduzindo.
                “A maioria das aves ainda não fez ninho nem colocou ovos por causa dessa condição climática”, falou César Rodrigo dos Santos, biólogo Unisinos.
                  A estação brasileira fica na península Antártica. Apesar do inverno prolongado deste ano, essa é um das áreas mais afetadas pelo aquecimento do planeta. Noventa por cento das geleiras estão diminuindo.
                  A população de pinguins-de-adélia caiu 80%. O principal alimento deles, o camarão chamado kril, sumiu da região. Tudo reflexo do efeito estufa.
                Há 16 anos, Heber Passos vai à estação brasileira. Ele mora num container, de onde monitora vários equipamentos de medição do tempo. “A gente tem velocidade e direção do vento, que fica em cima. Na parte de baixo, tem a acumulação de neve”, explicou.
               Dados como esses são registrados em diversas estações de pesquisa e ajudam meteorologistas a entender o que acontece na Antártida. Enquanto a parte oeste esquenta, o interior do continente está cada vez mais frio. Há anos os cientistas tentavam entender porque isso acontece. Só agora surgiu uma explicação.
             “A existência do buraco na camada de ozônio está evitando que o aquecimento global chegue a esse continente”, esclareceu Jefferson Simões, glaciologista da UFRGS.
              Durante muito tempo se acreditou que o buraco na camada de ozônio poderia aquecer o continente gelado. Mas em novembro o Comitê Científico Internacional de Pesquisas Antárticas revelou que na verdade o buraco funciona como um imenso refrigerador.
              O ozônio é um gás que absorve a radiação ultravioleta do sol. Sem ele, a atmosfera sobre a Antártida recebe menos calor e acaba formando um rodamoinho de ventos intensos que resfriam o centro da Antártida e isolam essa área do aquecimento global.
              Mas o buraco na camada de ozônio está diminuindo e isso deve afetar e muito as temperaturas na Antártida.
             "Nos próximos 50 a 100 anos o buraco deve voltar ao tamanho natural. Agora, a proteção que o buraco trouxe para a região Antártica, na questão do efeito estufa, pode deixar de acontecer. Para entendermos isso melhor a gente vai precisar continuar com os estudos ao longo dos próximos anos", alertou Luciano Marani, pesquisador do INPR.

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